Petroleiros intensificam paralisações surpresa e “Operação Gabrielli”

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Nesta quinta-feira, 03, os trabalhadores do Sistema Petrobrás deram continuidade às paralisações surpresa e à “Operação Grabielli” iniciadas no último dia 27. As mobilizações estão sendo realizadas no Paraná, Bacia de Campos, Minas Gerais, Rio Grande do Norte e São Paulo. Além de cumprirem rigorosamente todos os
procedimentos de segurança, os trabalhadores suspenderam as emissões e acompanhamento de PTs. As mobilizações incluem ocupações, paralisações de atividades e cortes e atrasos nas trocas de turnos. O objetivo é pressionar a direção da Petrobrás e do governo a avançar no processo de negociação com a FUP,
atendendo às principais reivindicações da categoria. Mais uma vez, a categoria mostra sua força e disposição de luta, reafirmando que os trabalhadores já estão se preparando para uma greve por tempo indeterminado, com parada e controle de produção.

Insegurança na Petrobrás mata mais um trabalhador terceirizado

Enquanto os gestores da Petrobrás seguem sem cumprir o que foi acordado com a FUP e sindicatos no Fórum Nacional de Práticas de SMS, realizado no dia 06 de setembro, mais um trabalhador perde a vida em acidente de trabalho na empresa. Só este ano, já somam 16 as mortes no Sistema Petrobrás, três delas ocorridas após a realização do Fórum. A mais recente vítima desta política de insegurança que coloca em risco diariamente os petroleiros em todo o país foi o eletricista Antônio Carlos Oliveira, 57 anos, que deixa viúva e quatro filhos órfãos. Ele era contratado da Proen, empresa que presta serviços para a Petrobrás no campo de produção terrestre de Taquipe, na Bahia.
O acidente ocorreu no dia primeiro de novembro, mas as informações preliminares recebidas pelo Sindipetro-BA apontavam que o trabalhador havia sido vítima de ataque cardíaco. Somente após a realização da autópsia, descobriu-se que a causa da morte foi politraumatismo. Imagens da segurança patrimonial revelam que o eletricista caiu de um tanque de água, com cerca de 17 metros de altura, ao tentar regular o nível da bóia. O Sindipetro-BA e o Siticcan (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil, Montagem e  Manutenção Industrial) já requisitaram participação na comissão de investigação do acidente.
Desde 1995, ocorreram no Sistema Petrobrás pelo menos 310 mortes por acidentes de trabalho, das quais 251 foram com trabalhadores terceirizados.
Assembléias já estão rejeitando a contraproposta da Petrobrás e aprovando a greve Seguindo os indicativos da FUP e dos sindicatos no Conselho Deliberativo realizado ontem (02), os trabalhadores já estão rejeitando a contraproposta apresentada pela Petrobrás no último dia 31 e aprovando a greve por tempo indeterminado e com controle e parada de produção a partir do dia 16. Em estado de greve e em assembléias permanentes, a categoria segue na luta por uma nova contraproposta que atenda suas reivindicações. No Rio Grande do Norte, em Minas Gerais e em Duque de Caxias, as assembléias já estão apontando que este é o caminho.

Veja como foram as paralisações desta quinta-feira:

Norte Fluminense – Na Bacia de Campos, os trabalhadores de 28 plataformas suspenderam por 24 horas a emissão e acompanhamento de PTs e estão realizando somente as atividades para manutenção da segurança e habitabilidade das unidades. A paralisação teve início à zero hora desta quinta-feira e tem como mote a “Luta Contra os Abusos Gerenciais”. Mas, segundo denúncias recebidas pelo Sindipetro-NF, os gerentes continuam agindo de forma abusiva, colocando em risco a vida dos trabalhadores. Os petroleiros da PCH-1 relataram que as gerências da unidade e do flotel acoplado à plataforma estão realizando uma operação de grande risco desde o início da manhã de hoje, desrespeitando os procedimentos de segurança da empresa.

Minas Gerais – Na Regap, o Grupo 2, que assumiria o turno às 07h30, não entrou e aprovou o indicativo da FUP e sindicatos de rejeição da contraproposta.
Os trabalhadores do administrativo também aderiram à paralisação e não entraram para trabalhar.

Unificado São Paulo – Dezessete dirigentes do Sindipetro Unificado-SP ocuparam junto com os trabalhadores a Recap, desde às 7h. A ocupação prossegue até o fim do dia, com corte nas Permissões de Trabalho (Pt’s) e cumprimento rigoroso de todos os procedimentos de segurança. Mais de cem PTs deixaram de ser emitidas na refinaria em função da mobilização feita pelos trabalhadores.

Rio Grande do Norte – Nos campos de produção terrestres e em bases de áreas remotas do E&P, os trabalhadores iniciaram as paralisações e “Operação Gabrielli” pela manhã e manterão as mobilizações por 24h. Segundo o sindicato, 80% dos trabalhadores aderiram à paralisação surpresa. O Sindipetro-RN realizou assembléias, onde os petroleiros também rejeitaram a proposta apresentada pela Petrobrás e aprovaram o indicativo de greve com parada de produção no dia 16.

Bahia – Devido ao forte temporal ocorrido hoje no estado, o Sindipetro-BA adiou a realização das assembléias e das paralisações surpresa que seriam realizadas hoje para a próxima semana.

Paraná – Na Repar, as paralisações foram iniciadas na manhã de ontem (02), com atraso de 4 horas na entrada de todos os turnos da refinaria. Hoje, os trabalhadores do turno e do setor administrativo deram prosseguimento às mobilizações, que serão encerradas às 19h30 desta quinta-feira.

Direção Colegiada da FUP