Petroleiros mobilizados na luta pela segurança

Na luta por melhores condições de segurança, e em memória das vítimas de acidentes de trabalho, os petroleiros do NF vão realizar no sábado, 26, às 19h, Assembléias nas plataformas para avaliar indicativo de paralisação de emissão de PTs na segunda, 28, quando também haverá concentração às 7h, na Praia Campista, pela passagem do Dia Internacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças de Trabalho.

Além das mobilizações, o sindicato também está fazendo campanha publicitária em TVs regionais para chamar a atenção dos trabalhadores para a necessidade de fortalecer suas entidades na defesa da segurança. São veiculados depoimentos do petroleiro Vlaleivan de Jesus, que foi vítima de acidente, e de Marilena Sousa, viúva do companheiro Josevaldo Sousa, um dos trabalhadores mortos na P-36.

O que reivindicam os trabalhadores

    SEGURANÇA OPERACIONAL

Autonomia para Segurança e Enfermagem
Esta autonomia dará aos profissionais maior liberdade de ação na segurança e saúde das pessoas nas unidades, da forma como já foi praticado na Bacia de Campos. Paralisação ou suspensão temporária de serviços, avaliação e classificação de acidentes com ou sem afastamento e convocação do resgate para acidentados ou doentes, são exemplos de decisões que devem obedecer aos critérios técnicos que são do conhecimento destes profissionais. Eles deveriam estar subordinados a um setor técnico em terra e não sob o controle do Geplats.

Recomposição do efetivo
A Bacia de Campos, nos últimos anos tem recebido um grande número de novos empregados da Petrobrás e da Transpetro, porém ainda é notório o reduzido contingente nas unidades.

Fim dos embarques fora de escala
O efetivo baixo leva gerentes a convocar, indevidamente, trabalhadores para embarques fora de escala, que cria condições de trabalho inadequadas podendo, inclusive, gerar acidentes.

Primeirização das atividades
O caso recente do mestre de cabotagem em Namorado que morreu em queda da baleeira, tornou-se símbolo da necessidade de primeirização de atividades como Mestres de Cabotagem, Técnicos de Enfermagem e Fiscais de Contratos, entre outras.

Fim das subnotificações
As metas de acidente zero na Petrobrás e na Transpetro têm servido de incentivo a sub-notificações de acidentes e desvios de função. O sindicato recebe denuncias de trabalhadores que são convencidos por gerentes a não reduzir seus indicadores de acidentes com afastamento.

Doenças ocupacionais
Quando o trabalhador adoece é preciso verificar se existe relação entre sua atividade e a doença que ele manifesta – é o chamado nexo causal. As empresas dificilmente reconhecem esta relação.

Fim da pré emissão de PT’s
Em algumas unidades as PTs são emitidas previamente e assinadas no momento em que inicia o trabalho. Isso é feito para “agilizar” as atividades com o incentivo de supervisores e gerentes.

Limite no número de PT’s
Os trabalhadores (emitente e operador da área) devem ter autonomia para analisar a capacidade de acompanhamento das atividades e determinar quantas e quais atividades serão realizadas.

Cipistas respeitados
As atividades dos cipistas devem ser respeitadas por supervisores e gerentes.

Segurança e Saúde é parte do negócio
A gestão da empresa estabelece as chamadas “metas desafiadoras”, sem considerar que realizar atividades com segurança e saúde significa interrompe-las quando necessário. O sindicato quer que as metas sejam estabelecidas considerando que a vida e a saúde devem ser preservadas.

    SEGURANÇA DE VÔO

Divulgação do relatório do caso BHS
Os trabalhadores querem saber o motivo da queda da aeronave MUM em 26 de fevereiro. Além disso, queremos a integra do relatório que a comissão interna preparou com as recomendações e os anexos.

Roupa contrastante e contra hipotermia
Esta é uma recomendação que já deveria estar implantada na Bacia de Campos. Desde o último acidente aéreo com morte, em 2004, esta recomendação existe e nada foi feito.

Embarcar e desembarcar à luz do dia
O acidente aéreo de fevereiro aconteceu às 16h30, um horário bem próximo do fim da luz do dia. Queremos que o limite de horário para a partida dos vôos considere o tempo necessário para a chegada do resgate e o tempo mínimo necessário para o resgate das vítimas, caso aconteça um acidente.

Aeronave exclusiva para resgate 
A Petrobras é uma empresa que tem um nível de investimento muito alto. Quando do afundamento da P-36 contratou um equipe de renome internacional para tentar salvar a plataforma. Por que não faz o mesmo quando se trata de salvar pessoas? Queremos uma aeronave exclusiva e tripulação preparada para atender resgate de vítimas no mar.

Aeronaves com coletes vestidos
No acidente aéreo os coletes eram do tipo vestido e uma constatação dos sobreviventes e das equipes de resgate: se eles fossem para serem vestidos, somente após o acidente, o número de sobreviventes poderia ter sido menor tamanha a rapidez como tudo aconteceu.

Alternativa para o caos aéreo
A Petrobrás vai construir um mega aeroporto em Farol de São Tomé que tem previsão de operar no fim do primeiro semestre de 2010. Até lá novas unidades estarão chegando a Bacia de Campos. O Aeroporto de Macaé e o Heliporto de Farol de São Tomé já estão em seu limite. Queremos que seja adotada uma alternativa, até o novo aeroporto estar pronto, usando o atual aeroporto de Campos dos Goytacazes. Desde 2004 o sindicato reivindica obras no Farol de São Tomé.

Comissário nos vôos com Super Puma
As aeronaves Super Puma L1 que tiveram capacidade reduzida para 19 passageiros, não voam com comissário porque as normas não exigem. O sindicato entende que normas não podem se sobrepor a segurança.

Histórico dos vôos dos Super Puma L2
A aeronave que caiu em fevereiro é de última geração e tem um grande número de controle digitais. Queremos conhecer o histórico de manutenção destas aeronaves e uma avaliação técnica sobre as condições severas em que operam fazendo vários sobrevôos no mar e pernoitando em hangar aberto

Fim dos vôos com várias escalas
Os vôos com várias escalas aumentam em muito a exposição das pessoas ao risco.
 
Localizador
Dotar os coletes individuais de um equipamento localizador.