[FUP] Com posição firme e de resistência contra a privatização da Refinaria Isaac Sabbá, também conhecida como Refinaria de Manaus (REMAN), a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e o Sindicato de Petroleiros do Estado Amazonas participaram nesta segunda-feira (20) da audiência pública da Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia da Câmara dos Deputados, que debateu os impactos da venda da refinaria para os preços dos combustíveis no Brasil.
Mário Dal Zot, diretor da Secretaria de Assuntos Jurídicos e Institucionais da FUP, afirmou durante a audiência que a Petrobras está transformando as refinarias em subsidiárias para poder privatizá-las.
“Refinaria nenhuma era subsidiária da Petrobras, estão sendo transformadas agora no processo de venda. E, como não são subsidiárias teriam que passar pela autorização do parlamento brasileiro. Estão transformando depois que se inicia a venda. Algumas nem concluíram como o processo como subsidiaria para concretizar a venda”, disse Dal Zot.
Marcus Ribeiro, coordenador do Sindipetro-AM deixou claro que a Reman ainda não foi vendida e que os petroleiros e petroleiras buscam o apoio dos parlamentares contra a privatização da refinaria e alertou que caso a estatal vai aumentar o preço dos combustíveis no Amazonas.
“A refinaria de Manaus não foi vendida. Não foi fechado o processo de venda. Estamos trabalhando e dialogando com parlamentares para nos apoiar nessa luta contra a venda dessa refinaria tão importante para o Amazonas e a Região Norte”, disse Ribeiro.
Cloviomar Cararini, analista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), também participou da audiência e afirmou que a venda de refinaria pode criar um monopólio privado.
“Não há nenhum competividade entre refinarias com a distância da REMAN em relação a outras refinarias. Haveria se tivesse outra refinaria na região Norte. É provável que a venda fique limitada a troca de agentes econômicos”, afirmou Cloviomar Cararini.
A refinaria Isaac Sabbá opera desde o ano 2000 com capacidade de processamento de 7,3 milhões de litros de petróleo por dia, o equivalente a 46 mil barris. A refinaria é autossuficiente em energia, dispondo de uma central termoelétrica que produz e distribui 5,8 megawatts, uma capacidade suficiente para atender a demanda por energia de uma cidade com 35 mil habitantes.