[Da imprensa da FUP] O presidente Jair Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes anunciaram que a privatização da Petrobras está “no radar” e preparam, a portas fechadas, um projeto de lei que autoriza a União a entregar ao mercado financeiro as ações que ainda restam sob controle do Estado brasileiro. Ou seja, para acelerar a privatização da maior empresa nacional, o governo Bolsonaro quer alterar a Constituição, com o aval da Câmara e do Senado, como está fazendo com os Correios e como já fez com o Sistema Eletrobrás. Os trabalhadores darão uma resposta à altura.
O Conselho Deliberativo da FUP, em reunião no último dia 21, aprovou uma agenda de ações para construir a resistência à privatização da Petrobrás. Nesta semana, os sindicatos iniciam assembleias setoriais em todas as bases para discutir com os trabalhadores o indicativo de greve nacional, caso o projeto de privatização da empresa seja de fato pautado no Congresso Nacional. As setoriais serão realizadas até o dia 12 de novembro e, na sequência, será realizado um novo Conselho Deliberativo para a FUP e os sindicatos avaliarem as propostas discutidas nas bases e definir os próximos passos da mobilização.
O legado de gerações de trabalhadores que deram a vida pela Petrobrás está sob ataque e, mais do que nunca, é fundamental que os atuais petroleiros e petroleiras da ativa e aposentados se somem a esta luta. O que está em risco é o futuro do Brasil enquanto nação. Todos perdem com a privatização da Petrobrás e os petroleiros, mais do que ninguém, sabem disso.
Além de construir no dia a dia as riquezas geradas pela empresa, a categoria petroleira sempre esteve na vanguarda da luta para que a Petrobrás cumpra o seu papel público e social, garantindo o abastecimento da população, com preços justos, e o desenvolvimento nacional, com geração de empregos e riquezas para o povo brasileiro. Não à toa, as greves petroleiras são um marco na história de resistência da classe trabalhadora.
Mais uma vez, a categoria apontará, com luta e organização, o caminho do enfrentamento. Se não fosse a resistência dos petroleiros, o processo de privatização da Petrobras estaria muito mais avançado, como ressalta o coordenador geral da FUP.
“Não vamos aceitar de forma alguma calados esse projeto de privatização. A maior empresa do Brasil e da América Latina está sendo esquartejada por esse mesmo governo que beija a mão daqueles que lucram com o desmonte da Petrobrás, enquanto o povo paga preços exorbitantes para os combustíveis. Eles estão enfrentando a nossa resistência, nas tentativas de privatização da Petrobrás, por isso querem impor um projeto de lei que acabe de vez com qualquer possibilidade de reconstrução da estatal. Não vamos permitir isso. A categoria petroleira vai responder à altura e a luta vai ser grande”, avisa Deyvid Bacelar, convocando os trabalhadores e trabalhadoras a participar ativamente das setoriais.
“Os Petroleiros sabem que é uma grande mentira que a Petrobrás só dá dor de cabeça, na verdade ela tem capacidade de produzir e refinar todo o petróleo que precisamos para abastecer o Brasil e caso o governo Bolsonaro tente privatizar nossa empresa, teremos uma grande greve nacional e será uma oportunidade ímpar para mostrarmos ao povo que Paulo Guedes faz uma grande mamata, tirando dinheiro do povo com a Política de Paridade de Importação usada hoje por opção do governo Bolsonaro, para encher os bolsos de meia dúzia de acionistas e colocar o povo para pagar 120 reais numa botija de gás, 8 reais em um litro de gasolina e mais de 5 reais em um litro de diesel.” Afirma Tezeu Bezerra, coordenador geral do Sindipetro-NF.