Petroleiros protestam contra mortes na Petrobrás e exigem novo modelo de SMS

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Em todo o país, petroleiros das bases da FUP se mobilizaram na sexta-feira, 09, por um basta às mortes e acidentes no Sistema Petrobrás. Em outubro, em um intervalo de apenas 12 dias, três trabalhadores morreram em consequência da insegurança crônica que impera na empresa. São pelo menos 12 mortes só este ano e 323 vítimas desde 1995, a grande maioria trabalhadores terceirizados.

Para exigir um basta a essa sangrenta rotina de acidentes e doenças que matam, mutilam e incapacitam dezenas de petroleiros a cada ano, a FUP e seus sindicatos realizaram atos e protestos nas refinarias, terminais, áreas de exploração e produção de petróleo e demais unidades da Petrobrás. Com faixas, caixões e cruzes, os petroleiros se manifestaram, atrasando a entrada do expediente para cobrar mudanças urgentes na política de (in)segurança da empresa. 
Houve atos e manifestações na Bahia, Norte Fluminense, Minas Gerais, Amazonas, Rio Grande do Sul, Paraná/Santa Cataria, Duque de Caxias e bases do Unificado-SP.
Desde que o Grupo Paritário de Trabalho de SMS foi criado, em setembro de 2011, dezesseis trabalhadores morreram em acidentes na empresa. Após 14 reuniões, o GT ainda não cumpriu o que a Petrobrás havia acordado com a FUP e seus sindicatos, que é construir propostas em conjunto com os trabalhadores para um novo modelo de SMS. Até agora, no entanto, nada de significativo mudou na gestão de segurança da empresa. 
Em reunião com o diretor Corporativo e de Serviços, José Eduardo Dutra, a FUP cobrou um posicionamento claro da empresa sobre o SMS.

FUP exige que Petrobrás intervenha para manter o convênio com o INSS

Na reuniões das Comissões de Acompanhamento do Acordo Coletivo e de AMS, realizadas nos dias 05 e 06, a FUP e seus sindicatos exigiram das gerências da Petrobrás que intervenham junto ao INSS e ao Ministério da Previdência para cobrar a manutenção do convênio que a empresa tem com o Instituto.  
O convênio Petrobrás/INSS existe desde 1984  e possibilita que a AMS seja garantida pela empresa para os aposentados e pensionistas e que a Petrobrás, juntamente com a Petros, cumpra com uma série de conquistas garantidas ao longo dos anos para os aposentados e pensionistas, como o  pagamento e o adiantamento dos benefícios da parcela do INSS nas mesmas datas da ativa; empréstimos com cálculo e desconto na parcela do INSS, entre outras cláusulas pactuadas nos Acordos Coletivos da categoria.
Recentemente, a diretoria da Petros foi informada pela Petrobrás que o INSS ameaça interromper o convênio a partir de fevereiro. A FUP cobrou dos gestores da empresa e da Petros que busquem todos os canais possíveis para garantir a manutenção do convênio. Em reuniões com a FUP, a gerência de RH da Petrobrás se comprometeu a fazer gestões junto ao INSS e ressaltou que não há interesse algum da empresa no fim do convênio. Segundo a empresa, o INSS está ameaçando romper os convênios com todas as estatais, alegando problemas operacionais.   
Apesar da afirmação dos representantes da Petrobras, a FUP continuará cobrando a manutenção do Convênio e utilizará todas as formas de pressão para impedir que ele seja extinto.
A Petrobrás reiterou que manterá todos os compromissos acordados com os trabalhadores no ACT mesmo com o fim do Convênio com o INSS, caso venha a ocorrer, inclusive a AMS, que é uma conquista garantida pelo Acordo Coletivo.

Sindipetro-BA orienta trabalhadores sobre riscos do Benzeno

Com apoio da FUP e da Fundacentro, o Sindipetro-BA realizou entre os dias 05e 07 um curso para orientar os trabalhadores sobre os riscos da exposição ao benzeno. O evento contou com a participação de 94 trabalhadores.  O curso foi ministrado por pesquisadores e especialistas da Fundacentro e do Ministério do Trabalho. O médico e auditor fiscal do Ministério do Trabalho, Danilo Fernandes, foi taxativo:  “Existe por parte dos executivos da empresa uma recusa sistemática em reconhecer os danos causados pelo benzeno à saúde, praticando a política de ocultar o que acontece, particularmente nas refinarias”.
ACT dos petroleiros inspira metalúrgicos na luta pelo contrato coletivo  
Os metalúrgicos da CUT realizaram nos dias 06 e 07 a 1ª Conferência Nacional de Negociação Coletiva, que definiu a pauta que será negociada com os patrões já a partir das campanhas salariais do primeiro semestre de 2013.A Conferência foi realizada pela CNM/CUT (Confederação Nacional dos Metalúrgicos), que representa cerca de um milhão de trabalhadores em todo o país. Mais de 180 dirigentes sindicais participaram do evento, assim como sindicalistas de outras categorias que já têm contrato coletivo nacional de trabalho, como os petroleiros, bancários e operários da construção civil. 
A nossa categoria foi representada pelo coordenador da FUP, João Antônio de Moraes, que destacou a importância da unidade nacional na consolidação do ACT dos petroleiros. O ex-presidente Lula foi um dos convidados da cerimônia de abertura e lembrou que o contrato coletivo é uma bandeira histórica dos metalúrgicos. “Os representantes de outras categorias, como bancários e petroleiros, podem servir de base para os metalúrgicos com suas experiências. Este tema é válido e muito importante para que o Brasil tenha uma sociedade mais igual e justa. Hoje, um trabalhador de uma empresa do ABC paulista ganha muito mais do que um do Nordeste na mesma função. Isso não é justo”, afirmou Lula.

FUP no Encontro Nacional do Macrossetor Indústria da CUT

A FUP participou do Encontro Nacional do Macrossetor Indústria, promovido pela CUT, entre os dias 08 e 10, para debater com os trabalhadores do setor as demandas e desafios do ramo. Além dos petroleiros, estiveram presentes representantes sindicais dos metalúrgicos, químicos, trabalhadores da indústria da alimentação, do vestuário e da construção. As categorias discutiram um plano de lutas unificado, no âmbito nacional e regional, com destaque para emprego, relações de trabalho, organização e representação sindical. Nos dias 12 e 13 de novembro, a CUT realiza o Encontro Nacional do Macrossetor Serviço Público.