Petroleiros retidos no FPSO Cidade de Niterói após o fim do período de embarque

O Sindipetro-NF recebeu denúncia de que trabalhadores permanecem embarcados na plataforma MV-18 Cidade de Niterói, operada pela Modec, sem conseguir desembarcar desde o último sábado, 13, devido a trepidações do leme que impactam no heliponto da unidade. Segundo relatos, a situação se agravou ao longo da semana e restam 43 trabalhadores a bordo com mais de 14 dias de permanência, número que ultrapassa o limite seguro de jornada offshore.

A Petrobrás tem disponibilizado recursos logísticos para auxiliar no desembarque, mas a trepidação da unidade, aliada ao agravante a más condições climáticas, mantém parte da tripulação retida na plataforma. Algumas operações de transbordo com a utilização de embarcações de apoio chegaram a ser realizadas nos últimos dias, mas a situação do mar, com ondas de até 3,8 metros, impediram o prosseguimento da atividade de forma segura.

Para o diretor do Sindipetro-NF, Alexandre Vieira, o caso revela falhas recorrentes da indústria offshore, que já deveriam ter sido superadas após décadas de experiência com plataformas e FPSOs.

“A crítica é para a indústria em geral, já que não é uma unidade da Petrobras. Como é que a indústria ainda não aprendeu? A gente tem plataformas e FPSOs, vou citar aqui a P-35 que começou a operar em 1999, tivemos recentemente a P-63 com problemas semelhantes e agora esse FPSO Niterói. Será que a indústria não aprendeu o que se faz para que isso não ocorra?”, disse o sindicalista.

Alexandre comentou que esse tipo de situação gera muito mais custos. “Eu duvido que toda essa necessidade logística de barco, de pessoas ficando mais tempo e agora a necessidade de desembarcar a galera e manter um contingente mínimo seja mais barato. É bem complicado ver isso ainda acontecendo depois de tantos anos de operação com FPSOs”, afirma.

O sindicato ressalta que a permanência prolongada dos trabalhadores em alto-mar compromete não apenas a saúde física e psicológica da categoria, mas também a segurança operacional das unidades, que acabam operando sob contingente reduzido. O Sindipetro-NF cobra providências imediatas da empresa e da Petrobras, bem como revisão de protocolos para que casos como este não voltem a se repetir.