Nesta semana a Plataforma de Cherne 2 passou por um risco de blackout. A unidade operava apenas com geração de energia de emergência, alimentada por diesel, desde a suspensão do fornecimento principal, que era realizado pela plataforma Cherne 1 por meio de gás – interrompido após uma explosão.
A situação se agravou com a previsão de esgotamento do diesel até esta sexta-feira, 1º de agosto, o que poderia deixar a plataforma totalmente sem energia. A diretoria do Sindipetro-NF critica a condução do caso pela Petrobras devido a demora na adoção de medidas preventivas.
“Entendemos que a empresa demorou a agir. Só ontem, 30, a empresa começou o desembarque do pessoal não essencial. Numa situação climática como a atual, é possível ficar até três dias sem condições de voo. Essa retirada deveria ter começado antes”, afirma a direção do Sindipetro-NF.
A tentativa de reabastecimento da unidade no dia 26 de julho falhou por problemas no mangote. Com a virada no tempo, novas tentativas de abastecimento também enfrentaram dificuldades. O diesel só foi reabastecido com sucesso na tarde desta quinta-feira (31), evitando o blackout iminente.
Outro ponto de atenção levantado pelo sindicato é a transição da operação de Cherne 2 para a empresa Perenco. A entrega da plataforma estava prevista inicialmente para o dia 1º de agosto, mas foi adiada para até o dia 4, aguardando o reabastecimento.
“A gente sabe que mesmo com a Petrobras há problemas. Imagine com empresas que fogem da nossa representação sindical. É fundamental que os trabalhadores se organizem para garantir sua segurança e seus direitos”, alertou o sindicato, que reforça seu papel de acionar órgãos de controle e cobrar medidas de proteção.
O diretor do Sindipetro-NF, Alexandre Vieira cobra da Petrobras uma análise de risco mais rigorosa, que considere as particularidades do ambiente offshore, onde fatores climáticos podem impedir rapidamente o deslocamento de equipes. “A gestão de risco precisa ser mais eficiente. Esperar o diesel quase acabar para tirar as pessoas é inadmissível”, conclui Vieira.