Pleno emprego no Brasil? Como fica o trabalhador neste cenário

Taxa de desemprego está entre 6% e 7%, índice que indica pleno emprego no país

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,1% no trimestre terminado em novembro do ano passado. Essa é menor taxa de desocupação de toda a série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012. No trimestre encerrado em outubro de 2024, o percentual foi de 6,2%. Os dados divulgados pelo IBGE indicam que o país alcançou o pleno emprego. Segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Econômicos (DIEESE), no Brasil este índice varia entre 6% e 7%. Mas o que isso significa para o trabalhador?

De acordo com o DIEESE, pleno emprego é quando todos os trabalhadores que estão disponíveis para trabalhar e aceitam o salário vigente no mercado conseguem encontrar emprego.

Dados do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), apontam que seis em cada dez empresas relatam dificuldades para contratar ou reter trabalhadores, e entre essas, 77,2% indicam a contratação como o principal desafio na gestão de mão de obra. Um cenário favorável para o trabalhador.

No pleno emprego acontece um aumento na oferta de vagas, por isso a tendência é de melhora das condições de trabalho, com salários maiores, além de capacitação e valorização dos profissionais que já atuam nas empresas. 

O mercado tem solucionado o problema investindo em capacitação interna (44%) ou oferecendo mais benefícios (32%). Na indústria, mais da metade (56,2%) estão adotando a prática de qualificação. Ainda há um enorme espaço para quem se qualificar, já que a pesquisa da FGV IBRE aponta também que 64,9% buscam profissionais qualificados nos setores econômicos, por exemplo.

O conceito pleno emprego surgiu na Grande Depressão – período marcado pela quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929 – e define uma taxa de desemprego que atinge o nível mais baixo possível sem gerar inflação.

No Brasil, uma das metas do Banco Central, segundo a lei Complementar 179/2021, é fomentar o pleno emprego e assegurar a estabilidade de preços. No entanto, durante a presidência de Campos Neto, o BC manteve a taxa de juros acima do aceitável pelo Governo Lula. O economista analisou o cenário de pleno emprego como um sinal de alerta e este seria um dos motivos para o país continuar entre os primeiros lugares no ranking mundial quando o assunto é a taxa de juros.

2025 inicia com Gabriel Galípolo à frente do Banco Central. O economista é o primeiro indicado pelo presidente Lula desde a autonomia do BC. O Governo  Federal espera mudanças na forma de lidar com as questões econômicas no país que não sejam apenas aumentar a taxa de juros. O aquecimento do mercado de trabalho não pode ser justificativa para barrar o desenvolvimento econômico que inclui o trabalhador.