Polícia aumenta repressão a ocupação de professores em Campos

A Polícia Militar recrudesceu nesta manhã, atendendo a ordens do governo do Estado do Rio, a repressão à ocupação da Coordenadoria Regional de Educação em Campos dos Goytacazes. Professores em greve, estudantes e militantes de diversos movimentos sociais sem dizem reféns da força policiais, por não poderem exercer o direito de saírem e entrarem no prédio.

A ocupação começou às 11h de ontem. À noite, a tensão aumentou, com o corte no fornecimento de energia elétrica e a ameaça de que policiais da tropa de choque estariam se deslocando do Rio para fazerem a desocupação à força, o que não se confirmou.

Durante parte da madrugada foi mantido um acordo com os policiais, de troca de até dois militantes de uma em uma hora, mas nesta manhã até mesmo este rodízio foi suspenso.

Para a diretora do Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação), Norma Dias, não é admissível que um protesto da sociedade tenha a sua dinâmica definida pela polícia. “Isso é ditadura. Não pode haver ocupação onde a polícia determina o que fazer”, protesta.

Desde ontem os militantes cobram a presença na ocupação de um dos diretores da coordenadoria para estabelecer negociações, o que está previsto para acontecer às 12h de hoje.

O Sindipetro-NF apoia o movimento dos professores e estudantes. Os diretores sindicais Luiz Carlos Mendonça, Leonardo Ferreira e Alessandro Trindade estiveram na ocupação e continuam em contato com os militantes sociais.

Os professores da rede estadual do Rio de Janeiro estão em greve desde março. O movimento ganhou intensidade com a adesão dos alunos, que passaram a ocupar as escolas.