Politica, emoção e risadas marcam reabertura do teatro do Sindipetro-NF com o seminário “Política é coisa de mulher? Claro que é”

Uma noite de muita emoção, política, risadas, samba e poesia. Assim foi marcada a noite de reabertura do teatro do Sindipetro-NF em Macaé para a comunidade, com o Seminário “Política é coisa de mulher? Claro que é”, ocorrida no dia 31 de março.

Mais de 170 pessoas compareceram ao evento que foi conduzido pela diretora Bárbara Bezerra, cerimonialista da noite. Antes da montagem da abertura política, houve execução do hino nacional com uma montagem de imagens de mulheres na luta e no local de trabalho e depois foram exibidos vídeos  saudando as participantes com a representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobrás, Rosângela Buzanelli, a ex-vereadora de Macaé , Marilena Garcia e a Presidente do Sindipetro-RS, Mirian Cabreira.

“Política é coisa de todos nós. É o que define as nossas vidas, como será a qualidade de vida que nós queremos” – ressaltou Rosângela.

O Coordenador do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra, também fez questão de saudar a todes presentes. “Estava com saudade de ver essa casa cheia e nós estamos reabrindo esse espaço da melhor forma possível com um evento voltado para as mulheres. Sei que o sindicato petroleiro é um espaço difícil para as mulheres ocuparem, mas podem contar comigo nessa luta!” – frisou Tezeu.

Em seguida a mesa de abertura política foi composta pela vereadora de Macaé, Iza Vicente, o presidente do Partido dos Trabalhadores Magnum Amado, a presidenta do PC do B – Conceição de Maria, a representante das aposentadas, Ilma de Souza, a Secretaria da Mulher da CUT,  Marlene Miranda, os diretores do Sindipetro-NF, Alessandro Trindade e Zé Maria Rangel, a coordenadora do Coletivo de Mulheres da FUP – Andressa Delbons e a diretora do Sindipetro-NF, Jancileide Morgado. Todos levaram uma saudação especial às mulheres presentes, falaram de suas histórias de luta e momentos marcantes na trajetória.

Ilma de Souza lembrou que citava na porta da empresa e nas reuniões do sindicato, quando foi diretora por três vezes o poema de Elisa Lucinda Aviso da Lua que Menstrua. “ Moço, cuidado com ela! Há que se ter cautela com esta gente que menstrua…”. Comentou sobre a dificuldade de ser dirigente sindical, mas da importância de assumir seu lugar sem vitimização. “Se você não tiver competência, não se estabelece!” – disse

Conceição de Maria contou que o PCdoB lançou um programa de retomada do Brasil e que é isso que deve estar na nossa pauta política, principalmente a valorização dos trabalhadores e trabalhadoras e o trabalho decente.

Andressa Delbons homenageou Dilma em sua fala e comentou que foi durante o seu governo e quando assumiu a presidência da Petrobrás a Graça Foster, foi quando as mulheres avançaram mais em sua pauta política, entretanto reafirmou a importância da organização das mulheres dentro dos sindicatos. O encerramento da mesa ficou por conta da dona da casa e diretora do NF, Jancileide Morgado, em seu segundo mandato na direção. Leide  falou de seu orgulho em estar numa mesa de grande diversidade e representatividade.

“É muito bom ver a casa dos trabalhadores cheia novamente, um local onde respiramos luta e resistência. Aqui já foi palco de grandes debates, peças de teatro e greves. Nos 25 anos do sindicato ficamos conhecidos na cidade por organizamos eventos que se tornaram inesquecíveis e esse será mais um a entrar na história. Sejam todos bem vindos, bem vindas e bem vindes” – contou Jancileide.

A segunda parte do evento foi uma palestra com as convidadas da noite a Deputada Estadual,  Zeidan, com a escritora e professora Elika Takimoto,  e a sambista e poetisa Elisa Lucinda.

Zeidan foi a primeira a falar. Para ela a luta na política, principalmente para as mulheres, é difícil e que estar numa Assembleia Legislativa com 70 deputados, onde apenas 13 são mulheres faz ela se sentir muito isolada, mas leva a reconhecer a importância de quebrar paradigmas. Contou que iniciou na política durante o ensino médio, incentivada por uma professora, ressaltou a importância dos professores na formação de seres políticos e que sua luta sempre foi feminista.

“Não vamos construir uma sociedade igualitária e com oportunidades iguais sem o feminismo. Temos a obrigação como mães em formar crianças e homens voltados para a igualdade de gênero” – afirmou

Elika Takimoto falou sobre sua luta para imprimir seus livros e que logo no início chegou a se sentir humilhada por provável financiador, que disse que as redes dela eram muito politizadas. Esse episódio a fez escrever um texto indignado em seu blog, que viralizou, acabou sendo lido por Lula, que ligou pessoalmente para ela. Conversaram por algumas horas e isso mudou sua vida. Hoje atua na linha de frente de apoio ao Partido dos Trabalhadores, diz que sofre muitos ataques de haters, mas isso não vai paralisa-la. Hoje tem nove livros publicados.

A última falar e que promoveu muitas risadas e emoção na plateia foi Elisa Lucinda. “Política é o agora. Temos que perceber que nada está fora da política em nosso dia a dia. Até quem diz que não faz política está fazendo ao se omitir” – disse. Em sua fala também levou as pessoas a perceberem como recebemos uma educação racista em nosso país e ressaltou que até o Governo Dilma não tínhamos parado para pensar nos direitos das empregadas domésticas.

Encerrou com algumas leituras do seu segundo romance “ Livro do avesso, o pensamento de Edite” e fez os participantes rirem e se emocionarem.

Ao final das atividades no teatro, os presentes subiram para um coquetel na quadra do sindicato para assistir e dançar ao som do conjunto de choro e música instrumental brasileira de Macaé, o Regional do Biguá, com participação de Amanda Amado.

Fotos: Rui Porto

A íntegra do evento pode ser vista aqui:

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