Foto: Alexandre Brum
A política de redução de efetivo e precarização das relações de trabalho que se acentuou no sistema Petrobrás pós Golpe causou outro grande acidente no Norte Fluminense: um vazamento de grandes proporções no Terminal de Cabiúnas, que tinha alto potencial para se tornar mais uma tragédia na história dos petroleiros e petroleiras.
Segundo informações averiguadas pelo SindipetroNF, por volta de 04:30h ocorreu um vazamento de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) na Unidade de Tratamento Cáustico. Ainda segundo essas informações, vazamento durou, aproximadamente, 15 min e chegou a atingir uma distância num raio de 80m a 100m.
Até onde o sindicato pode apurar, uma série de falhas na gestão operacional ocasionou o acidente. Válvulas automáticas fora de funcionamento e sem a devida sinalização, gestão operacional altamente prejudicada pelo baixo efetivo e PSV descalibradas podem ter sido cruciais para a ocorrência do sinistro.
Além disso, chegou ao sindicato denúncias gravíssimas: até onde se pode apurar, sabe-se que os canhões de incêndio remoto e os alarmes do local não funcionaram automaticamente. Segundo foi verificado pelo NF, um trabalhador encontrou o vazamento e comunicou à Sala de Controle que foi responsável por acionar as proteções pertinentes. Vale ressaltar que esse é um problema reincidente no Terminal, uma vez que outro grande vazamento na UTGCab também apresentou problemas com o combate automático de sinistro.
A diretoria do SindipetroNF sugere que a CIPA do Terminal realize uma reunião extraórdinária para analisar o acidente e se coloca a disposição para participar da reunião no sentido de poder contribuir para que sinistros como esse não ocorram mais.
Descaso com a Brigada é simbólico
Os trabalhadores e trabalhadoras que arriscaram suas vidas para sanar o vazamento não tiveram sequer o reconhecimento legal da empresa
Segundo informações colhidas pelo NF, os componentes da Brigada não fizeram o exame de urina trans-mucônico, entre três a seis horas de exposição do GLP (gás que tem alta probabilidade de conter benzeno), como prega a portaria 34 do Ministério do Trabalho em 2001.
Uma gestão que não é capaz de respeitar sequer pessoas quem estão na linha de frente de combates de alta complexidade, como um vazamento de gás, é o símbolo de quão ineficiente, desrespeitosa e negligente (palavra retirada do quadro do sistema de consequências da empresa) os gestores da companhia estão se comportando nos últimos tempos.