Assembléias estão aprovando estado de greve e mobilização nacional dia 19
Na terça-feira, 11, a FUP, seus sindicatos e militantes de base discutirão estratégias de luta e novas formas de paralisação nas diversas unidades do Sistema Petrobrás, durante o Seminário Nacional Preparatório de Greve, que será realizado no Rio de Janeiro. O seminário foi indicado pelo Conselho Deliberativo da FUP, no último dia 03. A avaliação dos dirigentes sindicais é de que a categoria precisa estar preparada para uma grande greve nacional, já que a Petrobrás e setores do governo federal estão resistentes em atender as principais reivindicações dos trabalhadores.
Além de abordar o direito e procedimentos de greve na indústria de petróleo, o seminário debaterá as experiências dos sindicatos nos enfrentamentos com a Petrobrás e apontará encaminhamentos para os próximos movimentos grevistas que venham a ser deflagrados pela categoria.
Vários sindicatos estão discutindo localmente estratégias e procedimentos de greve. No Norte Fluminense, o seminário de greve foi realizado no dia 15 de setembro, com grande participação dos trabalhadores de base, eleitos em assembléias. Nas bases do Sindipetro Unificado-SP, os petroleiros iniciaram na quinta-feira, 06, o seminário regional de greve, que segue até sábado, 08. Nos Sindipetros Bahia e Pernambuco/Paraíba, os seminários preparatórios de greve acontecem também neste sábado, 08. Em Minas Gerais, o sindicato ouvirá as propostas de greve dos trabalhadores, entre 13 e 18 de outubro.
Estado de greve e mobilização nacional
Os petroleiros estão aprovando nas assembléias os indicativos do Conselho Deliberativo da FUP de estado de greve, assembléias permanentes e mobilização nacional no dia 19, com atrasos de pelo menos duas horas nas trocas de turnos e no expediente administrativo, além de suspensão das emissões de PTs. As assembléias seguem até o dia 19. No próximo dia 21, o Conselho Deliberativo da FUP volta a se reunir para definir novos encaminhamentos em relação à campanha.
Petrobrás marca novas reuniões para os dias 13 e 14. Prazo para contraproposta é dia 17
O Conselho Deliberativo da FUP definiu o dia 17 como prazo final para a Petrobrás apresentar uma contraproposta aos trabalhadores. Nesta sexta-feira, 07, o RH enviou documento à FUP agendando novas rodadas de negociação no dia 13 (AMS, benefícios educacionais e Petros) e dia 14 (SMS, vantagens e PCAC). A empresa ainda não apresentou nenhuma contraproposta aos trabalhadores e só concordou com a reivindicação de antecipação da inflação dos últimos 12 meses. O pagamento, retroativo a setembro, será efetuado na folha deste mês para os sindicatos que assinarem até segunda-feira, 10, o Termo de Compromisso. A categoria reivindica ainda ganho real, condições dignas de saúde e segurança, aumento de efetivos, igualdade de direitos, melhoria dos benefícios, fim das práticas antissindicais, entre outras reivindicações.
Aumento real de salários
Os petroleiros reivindicam 10% de ganho real, reabertura do PCAC e extensão para todos os trabalhadores dos níveis concedidos aos profissionais Júnior. Os fabulosos lucros conquistados pela Petrobrás graças aos trabalhadores garantem à empresa plenas condições de atender essas reivindicações. Portanto, é inadmissível os argumentos reacionários de alguns setores do governo e das estatais, entre elas a Petrobrás, de que ganho real gera inflação. Aumentar e distribuir renda é o principal antídoto contra as crises econômicas. O Brasil tem provado isso e os petroleiros não medirão esforços para conquistar na luta suas reivindicações.
FUP cobra do presidente da Petrobrás desdobramentos do Fórum de SMS
Mais de 30 dias após a realização do Fórum Nacional de Práticas de SMS, a Petrobrás até hoje não apresentou os nomes de seus representantes para a comissão que dará desdobramentos às discussões e propostas apresentadas pelos trabalhadores. A FUP enviou documento ao presidente José Sérgio Gabrielli, cobrando uma resposta da empresa. Os representantes da FUP já foram indicados à Petrobrás desde o dia 13 de setembro. Em todas as três rodadas de negociação do Acordo Coletivo, a Federação cobrou a formalização da Comissão e o início imediato dos trabalhos. Desde a realização do Fórum de SMS, mais dois trabalhadores morreram em acidentes no Sistema Petrobrás, num total de 15 óbitos ocorridos este ano. A defesa da vida é o eixo principal da campanha reivindicatória dos petroleiros.
Plenária Nacional da CUT reforça luta por nova estrutura sindical
Mais de 600 delegados e militantes participaram da 13ª Plenária Nacional da CUT, realizada, em Guarulhos, em São Paulo. Representantes da FUP e de seus sindicatos também estiveram presentes, contribuindo para os debates que apontaram a necessidade de uma nova estrutura sindical, que fortaleça a liberdade e autonomia dos sindicatos. A plenária foi aberta na noite do dia 04 e seguiu até sexta-feira, 07, quando foi realizado um ato público contra as privatizações dos portos e aeroportos (leia ao lado).
Uma das resoluções da plenária foi o lançamento de uma campanha nacional de mídia e nas bases, em defesa da ratificação da Convenção 87 da OIT, que trata da liberdade e proteção ao direito de livre organização sindical. A campanha também defenderá a substituição do imposto sindical por uma contribuição negocial definida pelos trabalhadores.
A plenária também fortaleceu a intervenção da CUT nos principais embates colocados pela conjuntura, como a luta contra todas as formas de terceirização, por ganho real de salário, em defesa do Piso Salarial Nacional do Magistério, contra os leilões de petróleo e a privatização dos aeroportos. Outra resolução é estimular o debate pela paridade entre homens e mulheres nos cargos de direção da CUT, tanto em âmbito nacional, quanto estadual.
Privatização não!
Organizado pelos sindicatos de aeroviários e aeroportuários, foi realizado nesta sexta-feira, 07, em Cumbica, um ato público contra a privatização dos portos e aeroportos. A manifestação contou com a participação dos delegados e militantes que acompanharam a 13ª Plenária Nacional da CUT. O terminal de passageiros instalado em Guarulhos é um dos três que, segundo os planos do governo federal, deverá ser leiloado para a iniciativa privada. Os aeroportos de Brasília e de Viracopos, em Campinas, também estão no programa de privatização. O prazo para a concessão varia de 20 a 30 anos. A licitação do aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN), na região metropolitana de Natal, já foi realizada em julho. O ato também comemorou o Dia Mundial do Trabalho Decente, uma das principais plataforma de luta da CUT.
Fim dos leilões de petróleo
O ato no aeroporto de Cumbica e a Plenária Nacional da CUT também destacaram a luta contra os leilões de petróleo. O coordenador da FUP, João Antônio de Moraes, falou em nome das demais federações e ressaltou que a conjuntura internacional aponta para o fortalecimento do Estado. “A realidade demonstra claramente que a ausência do Estado na economia fragiliza as nações e tem se revelado um imenso fiasco, levando muitos países à derrocada. O governo brasileiro se elegeu com uma posição que expressava o sentimento do nosso povo contra as privatizações. A manutenção dos leilões do petróleo é um contrassenso, assim como a privatização dos aeroportos. Isso é um erro estratégico grave, pois fragiliza a economia e a soberania nacional”, enfatizou Moraes.
Após vazamento de gás que intoxicou trabalhadores, P-35 teve produção parada por determinação da Marinha
O navio plataforma P-35, onde 22 trabalhadores foram intoxicados por monóxido de carbono no dia 26 de setembro, teve a produção paralisada na noite de quinta-feira (06), por determinação da Marinha do Brasil. O órgão fiscalizador da Marinha não renovou a licença de operação da embarcação, expirada no último dia 30, em razão de não ter sido solucionada uma pendência de manutenção no gerador de emergência, que está sem funcionar há quase um ano.
O Sindipetro-NF foi informado por trabalhadores da unidade de que a plataforma tem utilizado um gerador reserva alugado, que não tem acionamento automático como o de emergência. Apesar da gravidade do vazamento de monóxido de carbono ocorrido no último dia 26, conforme relataram os trabalhadores que estavam a bordo, a Petrobrás em momento algum interrompeu a produção da P-35. Dos 194 petroleiros que atuavam na plataforma, 22 foram desembarcados apresentando vários sintomas de intoxicação. Os demais trabalhadores tiveram que permanecer a bordo, mantendo a produção diária de 60 mil barris de petróleo, com a utilização de máscaras de gás.
Na próxima terça-feira, dia 11, está previsto o embarque de órgãos fiscalizadores na P-35 para avaliar o pedido de interdição da unidade que o Sindipetro fez à ANP (Agência Nacional do Petróleo), MPT (Ministério Público do Trabalho), SRTE (Superintendência Regional do Trabalho e Emprego) e Marinha.
Mais 10 anistiados da Petroflex de volta à Petrobrás
Mais dez anistiados da Petroflex, subsidiária da Petrobrás extinta no governo Collor, estão retornando aos quadros da estatal, após duas décadas de luta. Até o momento, 112 petroleiros demitidos pela Petroflex retornaram à Petrobrás, desde que a Comissão Especial Interministerial (CEI), criada no governo Lula, começou a analisar os requerimentos de anistia. Ainda restam 92 demitidos da Petroflex aguardando o parecer da CEI, além de outros anistiados da Nitriflex, Petromisa e Interbrás. A agilidade no retorno dos anistiados é uma das reivindicações cobradas pela FUP nas rodadas de negociação com a Petrobrás. A anistia é uma das principais bandeiras da Federação e continuará pautando as lutas da categoria enquanto houver trabalhadores brigando para que este direito seja efetivado.
Intransigência dos Correios e dos banqueiros mantém trabalhadores em greve
A greve nos Correios completou 24 dias nesta sexta- feira, (07), quando os bancários também entraram no 11º dia de paralisação. Ambas as greves são resultado da intransigência do governo, Correios e dos Bancos públicos e privados. A FUP e seus sindicatos apóiam integralmente a lutas dos companheiros por ganho real e melhores condições de trabalho e segurança.
Os carteiros rejeitaram em assembléias a proposta negociada entre os representantes dos trabalhadores e a ECT, com intermediação do TST. O impasse foi causado pela decisão dos Correios de descontar os dias parados, apesar da decisão da Justiça do Trabalho de Brasília, que determinou que o desconto fosse suspenso pela estatal até a conclusão das negociações ou do julgamento do dissídio.
Os trabalhadores repudiaram a decisão do TST favorável à liminar dos Correios, determinando efetivo mínimo de 40% dos trabalhadores em cada unidade operacional e multa diária de R$ 50 mil, em caso de descumprimento da decisão. O dissídio coletivo será julgado na terça-feira,11.
Os bancos também continuam intransigentes e intensificando as ações de interditos proibitórios, cuja maioria vem sendo derrubada na justiça pelos sindicatos. Até esta sexta-feira, 07, nem o BB, CEF ou Fenaban haviam agendado novas rodadas de negociação com os bancários. A categoria rejeitou o reajuste de 8%, que representa apenas 0,56% acima da inflação, enquanto os bancários cobram 5% de aumento real. Nenhuma das demais reivindicações da categoria foi atendida, como valorização do piso, maior PLR, mais contratações, fim da rotatividade, combate ao assédio moral, fim das metas abusivas, mais segurança, igualdade de oportunidades, melhoria do atendimento aos clientes e inclusão bancária sem precarização, entre outros itens.