Presidente da Petrobrás acena com investimentos no Paraná e a reabertura da Fafen

Em visita no último dia 14 à Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) e à Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), unidades da Petrobrás localizadas na cidade de Araucária, o presidente da companhia, Jean Paul Prates, afirmou em palestra à força de trabalho que a Repar não será vendida e que a estatal permanecerá no Paraná.

A fala se deu em contexto de críticas ao governo Bolsonaro, que tinha plano de privatizar oito refinarias, inclusive a Repar, e provocou um desmonte na estatal com a venda de diversos ativos. “O governo anterior não queria que ela (Petrobrás) existisse mais. Não me cabe aqui fazer um discurso político, mas sim análise. A gestão anterior fatiava a empresa para vendê-la. Estávamos sendo cozinhados para sermos vendidos, em parte ou em todo. E mais, com aquela distribuição de dividendos exorbitantes aos acionistas, estava-se inflando a situação para essa venda, ao mesmo tempo em que os investimentos caiam”, disse.

De acordo com Prates, a Petrobrás deve atuar para recuperar ativos que foram privatizados. “O investimento em nós mesmos, em nossas unidades, é o nosso futuro. Nosso futuro estava sendo vendido e vamos trabalhar dentro da lei, dos processos contratuais, sem cometer absolutamente nenhuma ilegalidade, para recuperar os ativos que nos interessam. Nós chegamos em um momento em que alguns já haviam sido assinados e me doeu muito ter que entregar no meu estado todos os ativos da Petrobrás num pacote que parecia liquidação de fim de xepa. Acha que eu fiquei feliz fazendo isso? Já tinham vendido o piano, só faltava tirar da sala. Nós colocamos cláusulas de direito preferencial. Se quem comprou se cansar, buscar sócio ou não souber operar, nós estaremos lá, como o primeiro da fila. Foi a mesma coisa com a Lubnor e seus ativos”.

Em relação à Fafen-PR, o presidente da companhia sinalizou com a reabertura. “E o que foi parado? O que foi desmobilizado? Vamos tornar eficiente, vamos trabalhar os números, vamos mostrar que ninguém vai fazer caridade, não. Nós vamos colocar para trabalhar e vamos fazer a Fafen voltar a funcionar logo. Porque não é possível que essa unidade não seja eficiente, sequer gás ela precisa para operar. Então, vamos colocá-la para funcionar”, vislumbrou Prates.

Já sobre a Usina do Xisto (SIX), unidade que foi vendida ao grupo canadense Forbes & Manhattan, em um processo repleto de indícios de irregularidades, Jean Paul foi categórico. “Vamos acolher muito bem as pessoas da SIX. Vamos cuidar delas até que a gente consiga recolocá-las no lugar de onde nunca deveriam ter saído”.

Após a palestra aos trabalhadores, Prates conheceu as instalações das unidades e, na sequência, se reuniu com uma comitiva de parlamentares e também com dirigentes sindicais. “Estou há 28 anos na empresa. Nunca tinha visto um presidente chegar aqui e conversar de peito aberto com os empregados. O que falta muito na Petrobrás é esse processo que está ocorrendo agora, de escuta. Se a companhia começar a ouvir os trabalhadores, ela vai para o caminho certo. Não apenas de ter uma empresa lucrativa, mas acima de tudo, de respeito à força de trabalho, com saúde e segurança para todos”, disse Luciano Zanetti, diretor do Sindipetro PR e SC, ao presidente da Petrobrás.

[Por Davi Macedo e Juce Lopes – Sindipetro PR e SC]