Primeira Mão Especial sobre a manifestação no Rio em 21 de maio

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no whatsapp

O petróleo tem que ser nosso e a Petrobrás, também!

Cerca de cinco mil pessoas atenderam ao chamado da FUP, centrais sindicais e movimentos sociais e realizaram no dia 21, uma grande manifestação que parou o centro do Rio de Janeiro, em defesa da Petrobrás e por uma legislação quegaranta o controle estatal e social das reservas brasileiras de petróleo e gás. Compalavras de ordens, como “parar a Petrobrás é para o Brasil” e “o petróleo énosso, ninguém pode nos roubar”, trabalhadores, estudantes e militantessociais deram o tom do ato público, iniciado pela manhã, na Candelária.O petróleo tem que ser nosso e a Petrobrás, também!Os manifestantes seguiram em passeata pela Avenida Rio Branco,arrastando o povo em uma grande marcha em defesa da soberanianacional. Do alto do caminhão de som,lideranças sindicais e dos movimentossociais manifestavam-se contra a CPI armada pela direita para atacar aPetrobrás. “A juventude continuará ocupando as ruas, em defesa dopatrimônio nacional, como fez na década de 50, durante a campanha Opetróleo é nosso. A Petrobrás patrimônio do povo brasileiro e precisaser fortalecida e defendida dos projetos privatistas da direita”, ressaltou apresidente da UNE, Lúcia Stumpf.“A Petrobrás vive constantemente ameaçada. Por isso, é fundamentalestarmos mobilizados para defender o patrimônio público e deter os braços dosentreguistas”, declarou o presidente daAssociação Brasileira de Imprensa (ABI),Maurício Azedo. “Foi no auditório da ABI que nasceu a campanha O petróleo é nossoe estamos novamente juntos na luta em defesa da Petrobrás e pela retomada domonopólio estatal do petróleo”, enfatizou.
Milhares no abraço à Petrobrás
“Não vamos deixar a direita privatizar a Petrobrás”, clamavam os manifestantesdurante a passeata, ao entrarem na Avenida Chile, onde fica localizado o edifíciosede da estatal. De mãos dadas, trabalhadores, estudantes, militantes sociais eparlamentares formaram um gigantesco cordão em torno do prédio. Cerca decinco mil manifestantes, ao som do Hino Nacional, realizaram um abraço simbólicoda Petrobrás, repudiando a tentativa da direita de retomar o projeto de privatizaçãoda maior empresa do país.Lamentavelmente, os gestores da Petrobrás, valendo-se do mesmo expedienteautoritário utilizado contra os trabalhadores nos movimentos grevistas, fecharamtodas as portarias do edifício. Os manifestantes não se renderam e, apesar dasdificuldades para contornar o prédio com os acessos bloqueados, realizaram,mesmo assim, o ato patriótico em defesa da Petrobrás.
Caravanas nacionalistas
Vários sindicatos de petroleiros enviaram ônibus com militantes para oato. Caravanas da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Paraná/SantaCatarina, Norte Fluminense e Duque de Caxias somaram-se aos demaismanifestantes. Os petroleiros da Bahia chegaram a enfrentar 40 horas deviagem para estarem presentes na luta em defesa da Petrobrás e da soberanianacional.Os metalúrgicos de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí também chegaram ao ato, em uma caravana com 30 ônibus. “A Petrobrás foi e continua sendo fundamental para osetor naval. Desde que o governo Lula nacionalizou a construção de navios e plataformas da Petrobrás, a indústria naval renasceu. Foram parados 35 mil postos de trabalho só no setor naval e mais de 60 mil em toda a indústria metalúrgica, sesomarmos os empregos diretos e indiretos”, ressaltou Luis Guimarães, diretor de base dos metalúrgicos de Niterói.
O ato do dia 21 de maio foi o primeiro de muitos outros que serão realizados pelosmovimentos sociais que integram a campanha O petróleo tem quer ser nosso! Aesquerda está unida para fortalecer a Petrobrás enquanto empresa pública e naluta pelo controle estatal e social das reservas de petróleo e gás.“Fico muito feliz de ver neste ato que as frentes de esquerda estão unificadas na luta em defesa da soberania nacional. A CPI é apenas um dos nossos desafios. O processo de entrega do petróleo está em curso desde FHC. Por isso, é fundamental a volta às ruas do povo brasileiro, organizado pelos movimentos de esquerda na luta para garantir as riquezas geradas pelo petróleo sejam utilizadas para resolver as questões sociais”, afirmou João Paulo Rodrigues, da Coordenação Nacional do MST. “Vamos passar por  cima desta CPI, construindo uma frente única de luta para derrotar a direita privatista”, ressaltou.
“É fundamental a unidade das frentes progressistas na luta em defesa daPetrobrás e do monopólio estatal do petróleo”Maurício Azedo, presidente da ABI
“Os estudantes estarão sempre presentes nas lutas em defesa do patrimôniopúblico e por um projeto de desenvolvimento nacional e soberano”Lúcia Stumpf, presidente da UNE
O coordenador da FUP, João Antônio de Moraes, também frisou a importância daunidade dos trabalhadores e movimentos sociais para fortalecer a Petrobrás e avançar na luta pela retomada do monopólio estatal do petróleo. “Estamos diante de duas frentes de batalha, a dos privatistas, encabeçada pelo PSDB e pelo DEM, e a dos que lutam em defesa dos interesses do povo, que são as frentes de esquerda”, enfatizou, citando a frase antológica de Barbosa Lima Sobrinho, de que o Brasil é dividido em pois partidos políticos, o de Silvério dos Reis (delator dos inconfidentes, que lutavam pela independência) e o de Tiradentes.“Como nos anos 40 e 50, quando os patriotas brasileiros unificaram suas forças por um ideal nacionalista, na campanha O petróleo é nosso, estamos novamente nas ruas, unidos para recuperar um patrimônio, que é do povo brasileiro. Esse é o primeiro ato que estamos realizando. Continuaremos nas ruas, de braços dados, na luta pela reconquista do nosso petróleo e contra a privatização da Petrobrás”, destacou o coordenador da FUP.
O povo volta às ruas pelo monopólio
Entidades presentes no ato:
FUP, CUT, CNQ, CTB, Intersindical, UNE, UBES, MST, Confederação Nacional dasAssociações de Moradores (CONAM), Associação Brasileira de Imprensa (ABI),Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo, Sindicato dosQuímicos e Petroleiros da Bahia, Sindipetro- PR/SC, Sindipetro-MG, Sindipetro-ES,Sindipetro Unificado SP, Sindipetro-NF, Sindipetro Caxias, Sindipetro-RJ, Sindicatodos Bancários do Rio, Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Rio,Sindicato dos Portuários do Rio, Sindicato dos Advogados do Rio, Sindicato dosEngenheiros do Rio, entre outras entidades.
Partidos presentes no ato:
PT, PCdoB, PSB, PCB, PSOL.
Parlamentares presentes no ato:
Deputados federais Luis Sérgio (PT/RJ), Chico D´Ângelo (PT/RJ), Luiz Alberto (PT/BA), Antônio Carlos Biscaia (PT/RJ), Jorge Bittar (PT/RJ), Irini Lopes (PT/ES);deputados estaduais Alessandro Molon (PT/RJ), Rodrigo Neves (PT/RJ), GilbertoPalmares (PT/RJ), Inês Pandeló (PT/RJ). O prefeito de Nova Iguaçu, LindembergFaria (PT/RJ), também participou do ato.
“Ataques contra Petrobrás ocultam outros objetivos”
“O fato de que os principais defensores da CPI da Petrobrás sejam os mesmos quese empenharam ativamente na derrubada da lei 2004 (que garantia o monopólioestatal do petróleo) só contribui para aumentar nossas desconfianças quanto àseriedade da iniciativa, talvez mera jogada no xadrez políticos das eleições de 2010.O que todos os patriotas têm a fazer é cerrar fileiras em torno da defesa da camada de pré-sal por brasileiros e em benefício do país. Não é à toa que a IV Frota Naval norteamericana foi reativada depois da descoberta desta promissora riqueza emnossa plataforma continental. Lembramos a lição de Barbosa Lima Sobrinho,defendendo o patrimônio público nacional. Pensar o Brasil significa pensargrande, acima de injunções políticopartidárias.Pensar no povo brasileiro é patriótico e indispensável” depoimento deMaria Augusta Tibiriçá Miranda, 91 anos, lido durante o ato em defesa da Petrobrás.Presidente do Movimento em defesa da Economia Nacional (Modecon), MariaAugusta vem dedicando a maior parte de sua vida à luta em defesa do monopólioestatal do petróleo e da Petrobrás. No final da década de 40, participou da fundaçãodo Centro de Estudos e Defesa do Petróleo e, a partir de então, se engajou nacampanha “O Petróleo é Nosso”, o maior movimento de massas da história do Brasil.Anos mais tarde, em 1983, publicou o livro “O Petróleo é Nosso – A luta contra o‘entreguismo’, pelo monopólio estatal”, reeditado em 2004 pela Petrobrás, nacomemoração dos 50 anos da empresa.