Até quando as empresas de petróleo matarão impunemente?

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Primeira Mão – Na quarta, feira, 11, mais uma tragédia tirou a vida de cinco trabalhadores. Desta vez, o acidente foi no navio plataforma FPSO, operada pela BW Offshore (empresa de origem norueguesa) e afretada pela Petrobrás, na região de Aracruz, no Espírito Santo.
A explosão foi causada por um vazamento de gás na praça de máquinas da casa de bombas do navio e, além de ter causado a morte de cinco trabalhadores, que até o fechamento desta edição não tiveram seus nomes divulgados, também feriu dez trabalhadores, deixou quatro em estado gravíssimo e quatro desaparecidos.
A FUP e seus sindicatos lamentam que mesmo diante da incansável luta da Federação por melhores condições de saúde e segurança dos petroleiros, contra a precarização do trabalho e em defesa da vida dos trabalhadores do Sistema Petrobrás, a empresa ainda fique marcada por acidentes que ferem e tiram a vida de pais ou mães de família.
Nos últimos anos, a FUP tem insistido em convencer a Petrobrás que a gestão de SMS da empresa é falha e ineficaz e que a terceirização do trabalho nas suas unidades gera insegurança e acidentes fatais. Apesar dos alertas, reivindicações e todas as tentativas da Federação em fazer a empresa enxergar que a vida do trabalhador deve estar em primeiro lugar, a hostilidade da gestão de SMS da companhia só aumentou e, consequentemente, também os acidentes fatais (em 2014, fora 15 mortes no Sistema Petrobrás).
O alto índice de acidentes nas unidades da empresa sempre foi tão alarmante, que o tema chegou até ao Conselho de Administração da empresa, quando o coordenador da FUP, José Maria Rangel, foi o representante dos trabalhadores no CA. Infelizmente, apesar da tentativa, a urgência de mudanças na gestão de SMS não foi encarada pela empresa como prioridade e, agora, após quase quatorze anos da tragédia da P-36, constata-se que de lá pra cá, poucos foram os avanços e, mais uma vez, a categoria petroleira chora a morte de mais alguns muitos trabalhadores.
A FUP e seus sindicatos lamentam a morte de mais três companheiros e compromete-se em dar continuidade à luta pela vida de todos os trabalhadores do Sistema Petrobrás, levando novamente ao Conselho de Administração da empresa, a urgência da recomposição de seus efetivos e a necessidade de um basta na terceirização e na precarização do trabalho, que ano a ano, tira a vida de tantos trabalhadores.

PREVENÇÃO DE ACIDENTES NAS PLATAFORMAS É BALELA
Um fato que comprova o descaso dos órgãos fiscalizadores com as plataformas marítimas de petróleo é a falta de periodicidade nas inspeções nas unidades marítimas, sejam elas da Petrobrás ou afretadas. A cultura de sucateamento das plataformas, que há tempos é denunciada pela FUP e seus sindicatos, é uma situação permanente, pela qual os trabalhadores já se habituaram a conviver, principalmente os terceirizados. Além disso, a prevenção de acidentes nas plataformas praticamente não existe, devido à falta de efetivos nos órgãos fiscalizadores, impossibilitando o trabalho da Marinha, que deveria garantir a navegabilidade e salvatagem, da ANP, que deveria ser responsável pela inspeção dos sistemas operacionais e, do o MTE, que deveria fazer valer as Normas Reguladoras (NRs). Outro fato gravíssimo que assola os trabalhadores dos navios e plataformas é a inexistência do SAR (Busca e Salvamento), ou seja, as empresas de petróleo brincam de fazer segurança e a todo o momento são completamente negligentes às questões de saúde e segurança dos trabalhadores. Tanto a Petrobrás, quantoas empresas que prestam serviços à ela, só cumprem mal e porcamente a NR5, que estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas a manterem em funcionamento da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), o resto é simplesmente balela.