Primeiro de Maio unificado irá celebrar o retorno da classe trabalhadora ao protagonismo político

Vanilda de Oliveira / Da Imprensa da CUT – Será uma data histórica. “A classe trabalhadora resistiu, lutou e agora pode respirar, ter esperança, porque, neste 1º de Maio, vai celebrar a sua maior conquista dos últimos anos: Lula, um governante democrático, na Presidência da República, porque vencemos quem tentou nos derrotar, quem tentou acabar com a gente, com a democracia; a classe trabalhadora voltou a ser ouvida e respeitada, voltou a ser protagonista e a participar das decisões dos rumos do país”.

A afirmação é do presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, ao convocar as bases, militância e toda a população para participar do 1º de Maio Unificado das Centrais Sindicais, que será realizado no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, a partir das 10h, com a presença do presidente Lula.

O presidente nacional da CUT resgata a sua fala em 26 de abril de 2022, aqui neste Portal, sobre a importância do Dia do Trabalhador e da Trabalhadora daquele ano: “O 1° de Maio precisa ser um marco na luta pelo fora Bolsonaro”. E foi.

À época, Sérgio Nobre afirmou que “com aquele presidente, a classe trabalhadora não tinha futuro, porque não existiriam empregos decentes e crescimento sustentável com igualdade e justiça social e que ir às urnas derrotar o então presidente Jair Bolsonaro e tudo o que ele representava era a luta prioritária dos trabalhadores e das trabalhadoras”. Vencemos, diz o presidente nacional da CUT, “mas temos consciência de que há muita luta, muitos desafios pela frente para recuperar perdas de direitos e reerguer o país da destruição iniciada com o golpe de 2016”.

Pelo quinto ano consecutivo, o ato nacional do 1º de Maio Unificado é organizado pela CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB, Intersindical Instrumento de Luta, Intersindical Central da Classe Trabalhadora e Pública, porque a unidade garante mais conquistas e direitos. Neste ano, destaca Sérgio Nobre, o mote é “Emprego, Renda, Direitos e Democracia”. Também foram priorizadas 15 pautas que vão desde a valorização do salário mínimo, juros baixos e fortalecimento da negociação coletiva até regulamentação do trabalho por aplicativos e aposentadoria digna (leia todas abaixo).

O 1º de Maio Unificado terá ato político com as falas de lideranças sindicais nacionais e internacionais, convidados e convidadas que representam o movimento popular, a sociedade civil, parlamentares, ministros e autoridades do governo federal e lideranças partidárias.

O público também poderá assistir aos shows do Zé Geraldo, Toninho Geraes, Almirzinho, Dexter, Edi Rock, Arnaldo Tifu, MC Sofia, Ilú Obá de Min, DJ Cranmarry, Samantha Schmütz & Gêmeos da série Sintonia.

Sérgio Nobre também convoca para os atos que serão realizados pelas estaduais da CUT em todo o Brasil. “É um dia de reflexão, luta, celebração e também festa. O Dia do Trabalhador e da Trabalhadora será celebrado no país inteiro. Meu agradecimento a todos e todas que estão trabalhando incansavelmente para garantir que essa data seja especial também nos Estados”.

Pautas e desafios

Neste 1º de Maio, as Centrais Sindicais mobilizaram as suas bases com materiais que destacaram 15 pautas prioritárias. São elas:

Valorização do salário mínimo
A Política de Valorização do Salário Mínimo tem impacto positivo direto no bolso do trabalhador, na economia do país, melhorando também o poder de compra dos aposentados e pensionistas da previdência social. Quando a população ganha mais, consome mais e a indústria e o campo produzem mais, gerando mais empregos.

Fim dos juros extorsivos
Juros altos só trazem dívida ao trabalhador. Quem gosta são os bancos. Com os juros mais baixos o endividamento das famílias diminui e com menos dívidas, o brasileiro consome mais e melhor, mais consumo gera mais produção e mais empregos.

Fortalecimento da Negociação Coletiva
Direito fundamental no trabalho, a negociação coletiva cria regras da relação entre trabalhadores e patrões. Sindicatos fortes resultam em acordos coletivos fortes.

Mais empregos e renda
Somente com emprego de qualidade, a renda do trabalhador melhora e o país cresce. Mais de 12 milhões de trabalhadoras e trabalhadores brasileiros não têm carteira assinada, 40 milhões estão na informalidade.

Direitos para todos
A luta das Centrais é por toda a classe trabalhadora, sindicalizada ou não. Trabalho decente e empregos de qualidade para todos os brasileiros e brasileiras garantem uma sociedade mais igual e mais justa, democrática e soberana.

Convenção 156 OIT
Pela igualdade de oportunidades e tratamento para mulheres e homens trabalhadores que se desdobram entre trabalho e família. As mulheres sofrem mais com o desemprego que os homens porque acumulam mais jornadas, engravidam, cuidam dos filhos e são demitidas por isso. Isso tem de mudar.

Trabalho igual, salário igual Mulheres ganham até 30% menos do que os homens na mesma função. Essa disparidade acontece mesmo quando trabalhadoras e trabalhadores têm a mesma escolaridade, mesma idade e mesmo cargo.

Aposentadoria digna
As Centrais Sindicais propõem série de medidas para melhorar a qualidade do atendimento a aposentados e pensionistas da Previdência Social.

Valorização do servidor e da servidora público
A servidora e o servidor público estão na linha de frente de serviços indispensáveis ao povo brasileiro. O que teria sido do Brasil na pandemia sem os serviços públicos. O trágico número de 700 mil mortes, a maior parte causada pelo negacionismo e incompetência do governo derrotado, teria sido ainda maior.

Regulamentação do trabalho por aplicativos
Trabalhadores e trabalhadoras por aplicativos não têm nenhum direito trabalhista nem previdenciário. Vamos mudar isso. A luta das Centrais Sindicais conquistou espaço de diálogo e negociação entre trabalhadores(as), empresas e governo, para regular as relações de trabalho nas empresas que oferecem serviços de entrega e condução por aplicativos.

Em defesa das empresas públicas
Governos passados venderam empresas públicas e o povo pagou a conta. Toda vez que o Brasil cresceu foi impulsionado pelas empresas públicas e estatais. Por isso, as Centrais Sindicais são contra as privatizações, que o governo passado fez, vendendo o patrimônio público a troco de banana.

Revogação dos marcos regressivos da legislação trabalhista A reforma trabalhista de 2017 levou ao aumento da precarização, do bico, do desemprego. Só foi boa para patrão. Essa reforma causou um retrocesso, com mais informalidade, desemprego, precarização e terceirização do trabalhador e da trabalhadora e, portanto, menos direitos.

Fortalecimento da democracia
Derrotamos quem ameaçava nossa democracia, agora é fortalecer assa luta. O golpe de 2016, que tirou uma presidenta legítima, seguido da eleição de um governo de ultradireita colocaram a democracia brasileira em risco. Começamos a mudar essa história com a vitória de 2022.

Revogação do “novo” ensino médio
Porque desqualifica e prejudica os alunos, esvazia e rebaixa a qualidade de ensino. A unidade entre estudantes, professores, pais e mães e trabalhadores e trabalhadoras dos vários segmentos da sociedade é essencial para derrotar essa proposta que cria uma escola sem conteúdo com prejuízos aos alunos.

Desenvolvimento sustentável com geração de empregos de qualidade
Crescer e gerar empregos, sempre respeitando o Planeta porque uma hora a conta chega. O desenvolvimento produtivo do país tem que acontecer com o fortalecimento da indústria nacional e da agricultura de forma sustentável.

[Arte: Comunicação da FUP]