Privatização da Vale completa 22 anos, com dois desastres

Hoje, 6 de maio, a venda da Vale do Rio Doce (CRVD) durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, completa 22 anos . No dia da privatização da Vale,  aconteceu,  perto da sede da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ) nas proximidades da Praça XV, um verdadeiro campo de guerra e luta pela resistência.   Cerca de cinco mil manifestantes , entre eles petroleiros do Norte Fluminense,  entraram em confronto com confronto entre 600 policiais militares e terminou com 33 pessoas feridas.

A privatização da Vale  foi um dos maiores crimes cometidos contra as riquezas minerais do Brasil e o povo brasileiro. Foram entregues imensas riquezas minerais como ferro, bauxita, nióbio, alumínio, cobre, carvão, manganês, ouro, urânio e outros, bem como a estrutura logística que opera em 14 estados do país, englobando 9 mil quilômetros de malha ferroviária, portos, usinas e terminais marítimos.

Depois do leilão de privatização da companhia, com militância ativa de José Serra, ministro do planejamento à época, a Vale passou a ser comandada pelo banco Bradesco, integrante do consórcio Valepar, detentor de 32 por cento das ações, enquanto os investidores estrangeiros passaram a somar 26,7% das ações totais da empresa.

A CRVD foi criada em 1942 com recursos do Tesouro Nacional. Durante 55 anos, foi uma empresa mista e o seu controle acionário pertencia ao governo. Sua história está ligada a nossa identidade como nação, ao orgulho nacional.

Esse ano, a Vale foi responsável por mais um crime ambiental o primeiro foi em Mariana e agora em Brumadinho, que vitimou centenas de pessoas, moradores e trabalhadores da região.  Empresas estatais costumam assumir responsabilidades sociais, como custear sistemas de educação e saúde em municípios em que atuam. O discurso de que empresas privadas são melhor administradas e mais “eficientes”, cai por terra quando vemos crimes como esse, quando a lógica do lucro passa a valer mais do que vidas.  Privatizar não vale à pena!