Proposta de PLR apresentada pela Petrobrás é inaceitável

A Petrobrás apresentou à FUP nesta quarta-feira, 04, uma proposta de PLR indecorosa. A empresa propõe piso de R$ 11.075,00 até o nível 457-A, aumentando de 2,5% para 2,6% a relação piso-teto. A redução de R$ 4.940,00 no piso é inaceitável, ainda que pese todos os argumentos alegados pela Petrobrás, como redução do lucro e impactos do PCAC e do aumento do efetivo próprio.

O que está claro é que a empresa continua utilizando um peso e duas medidas para distribuir os lucros construídos pela força de trabalho. Para os acionistas, a Petrobrás reduziu os dividendos em 0,5%, apesar do lucro líquido da empresa ter caído 15%. Já para os trabalhadores, que a cada dia aumentam os níveis de produção e as riquezas da companhia, a Petrobrás propõe reduzir a PLR em 31%, tentando impor à categoria todos os ônus dos resultados financeiros de 2007, comparativamente ao que foi alcançado em 2006.

A FUP deixou claro em mesa que a empresa tem plenas condições de absorver os impactos referentes à redução do lucro, sem prejudicar o trabalhador, que é o principal elo na cadeia de produção. É inadmissível que a categoria continue exposta a jornadas de trabalho excessivas, protagonizando um acidente atrás do outro, enquanto a gestão da Petrobrás permanece cada vez mais distante do chão da fábrica, impondo metas de produção para garantir suas polpudas remunerações globais.

A negociação da PLR é um processo que deve ser transparente e democrático, como sempre cobrou a FUP. A Petrobrás, no entanto, não aceita discutir critérios para regrar a distribuição da PLR, tentando preservar os interesses de uma casta de gerentes, cuja base social não se sente representada pelo movimento sindical, como reconheceu a Gerência de RH na mesa de negociação. 

A direção da FUP estará reunida nesta quinta-feira, 05, junto com a assessoria do Dieese, para definir os encaminhamentos em relação à proposta de PLR apresentada pela Petrobrás e subsidiárias.

Direção Colegiada da FUP