Protesto no Terminal de Guararema condena “desinvestimento” e projeto de Serra

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Delegados, observadores e demais participantes da V Plenária da Federação Única dos Petroleiros (Plenafup) fecharam por duas horas na manhã de hoje o Terminal de Guarema, da Transpetro, no interior de São Paulo. Das 7h às 9h, lideranças sindicais se revezaram nos discursos que condenaram o plano de negócios da Petrobrás, divulgado nesta semana, e o projeto do senador José Serra (PSDB-SP), que pretende acabar com o sistema de partilha no pré-sal.

Entre as lideranças presentes protesto estiveram o coordenador geral da FUP, José Maria Rangel, e o representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobrás, Deyvid Bacelar. Ambos destacaram a preocupação com uma tentativa de desmonte da companhia. O cenário atual foi comparado com o que foi vivenciado nos anos 1990, quando foi necessária muita resistência dos petroleiros e da sociedade para evitar a privatização da empresa.

“O objetivo é mostrar a nossa pauta nesse ano, que é extremamente política. Temos o combate ao projeto de lei do senador José Serra e à redução drástica dos investimentos da Petrobrás. Estamos vivendo também um momento de ataques muito duros e de criminalização dos movimentos sociais”, disse José Maria, que também é diretor do Sindipetro-NF.

O coordenador da FUP ressalta ainda que os delegados da plenária vão discutir um equilíbrio estratégico entre reivindicações do acordo coletivo e as necessidades políticas mais amplas da Petrobrás e do País, em razão de uma conjuntura desfavorável, de ataques à empresa e de crescimento das forças conservadoras no Congresso Nacional.

“Precisamos ter sabedoria aqui nessa plenária. Vamos ter que entender que as reivindicações corporativas são importantes, mas não adianta reivindicar pontos do acordo coletivo quando a Petrobrás está ameaçada como um todo. Mas os petroleiros vão entender e vamos encarar esta luta”, explica.

Por um “círculo virtuoso”

O conselheiro Deyvid Bacelar, que votou contra o plano de negócios da Petrobrás, alertou que o momento “é de extrema preocupação”. “O plano traz uma redução significativa dos investimentos da companhia. Nos próximos quatro anos, a venda de ativos e a redução de custos, devem envolver uma monta de US$  150 bilhões, que deixam de ser investidos no País. Estamos falando de uma Petrobrás que está encolhendo, deixando de gerar emprego e renda, quando o que precisamos é fazer com que haja um ciclo virtuoso no desenvolvimento do Brasil”, disse o petroleiro, que também é coordenador geral do Sindipetro-BA.

Bacelar denuncia que o comportamento dos demais conselheiros da Petrobrás, mesmo os que representam o governo federal, não levam em conta o papel social e indutor da Petrobrás, passando a dar respostas imediatas aos que estão preocupados apenas com o lucro.

“A gestão da Petrobrás está voltada para atender aos interesses do mercado e dos acionistas minoritários da empresa. O governo federal precisa rever isso e orientar os seus conselheiros a não tomarem decisões que vão encontro dos interesses do País. Esse plano precisa ser revisto e os movimentos sociais e o movimento sindical petroleiro e de outras categorias vão pressionar neste sentido”, afirma.

Sindipetro-NF no protesto

Durante o protesto no Terminal de Guararema, usaram a palavra representante de vários Sindipetros com delegações na Plenária. Pelo Sindipetro-NF falou a diretora Conceição de Maria. “Estamos em defesa da nossa empresa. Enquanto eles falam em desinvestimento, nós temos que falar que queremos que a Transpetro e todas as subsidiárias sejam Petrobrás. Estamos na luta. O Sindipetro-NF esteve na abertura da feira Brasil Offshore, em Macaé, para combater o projeto de José Serra e para dizer que nós queremos a Petrobrás e nós queremos o pré-sal”, pontuou a sindicalista.

 

[Participantes do protesto se reúnem para foto no portão do Terminal de Guararema / Foto: Luana Braga – Sindipetro-MG]