Quem definiu o resultado da eleição para o C.A. da Petrobrás?

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Imprensa da FUP

Nesta terça-feira, dia 13, o Conselho Deliberativo da FUP terá a sua primeira reunião deste ano, onde um dos pontos de pauta é a representação dos trabalhadores nos Conselhos de Administração da Petrobrás e de suas subsidiárias. A eleição foi concluída após dois turnos de votação. Na Petrobrás, o presidente da AEPET, Sílvio Sinedino, foi eleito por uma diferença de 867 votos (num total de 13.077 votos válidos)  em relação ao coordenador da FUP, João Antônio de Moraes, que teve o apoio nacional das principais entidades sindicais do país. Na BR Distribuidora, os trabalhadores elegeram Sérgio Vieira, diretor do Sitramico-RJ e candidato apoiado pela FUP. Na TBG, foi eleita a chapa formada pelos trabalhadores Roberto Cunha (titular) e Marcos Madrid (suplente). Na Refap, o candidato apoiado pela FUP e seus sindicatos, Fernando Maia, venceu. Na Transpetro, o edital de convocação da eleição para o C.A. ainda não foi publicado.

A primeira eleição de representantes dos trabalhadores para o Conselho de Administração da Petrobrás é uma conquista que só foi possível devido à luta incansável da FUP e de seus sindicatos, que por mais de 20 anos se mobilizaram para que os trabalhadores tivessem um assento no principal órgão de decisão da Petrobrás. Apesar de sua incontestável relevância, a participação de um representante da categoria no C.A. foi atacada desde o início por Sinedino e pelos agrupamentos políticos que se aliaram a ele no segundo turno para impedir que um trabalhador apoiado pela FUP e seus sindicatos conquistasse a vaga de conselheiro.

O resultado do primeiro turno da eleição, onde Moraes conquistou mais votos do que o primeiro e o segundo colocados juntos, deixou claro que a FUP é a maior força política da categoria.  Para derrotar a candidatura que tinha o apoio dos trabalhadores das bases operacionais, os divisionistas construíram uma aliança com as gerências e os setores mais reacionários da empresa. Ao avaliar o mapa eleitoral, fica nítida a divisão dos votos entre as duas candidaturas. O candidato da FUP foi o mais votado em todas as bases da Federação e na grande maioria das unidades operacionais. Moraes também venceu em quase todos os estados do país. Uma das exceções foi o Rio de Janeiro, onde estão lotados 31 mil trabalhadores, dos quais cerca de 70% são de nível superior, cujas ocupações são de setores administrativos, onde impera a maioria das gerências da Petrobrás.

Enquanto acusavam a FUP de chapa branca e governista, os aliados de Sílvio Sinedino usavam e abusavam de seus cargos de confiança para coagirem os trabalhadores nos corredores dos prédios administrativos a votarem em seu candidato. A candidatura de Moraes foi construída de forma coletiva e democrática, com participação de seus sindicatos, para representar todos os trabalhadores, sejam eles de nível médio ou superior, de bases operacionais ou administrativas. Uma candidatura classista! O resultado desta eleição, apesar de legítimo, não expressa a representação que deveria ter aquele que ocupa o único assento dos trabalhadores no Conselho de Administração.

Esperamos que o mandato de Sílvio Sinedino agregue as propostas da categoria e contribua para a reconstrução da unidade nacional, respeitando as diferenças políticas. A vaga no C.A. da Petrobrás é dos trabalhadores, independentemente de serem eles de nível médio ou superior e, como tal, deve ser um instrumento de luta a favor da classe trabalhadora, da soberania e do povo brasileiro.

Petroleira é gravemente ferida em acidente na Transpetro no Dia Internacional da Mulher

No Dia Internacional da Mulher, uma petroleira terceirizada foi vítima de um grave acidente de trabalho no Terminal de Suape, em Pernambuco. A vítima, Maria José Dias dos Santos, técnica química da empresa Saybolt que presta serviços para a Transpetro, está internada com queimaduras de primeiro e segundo graus no rosto, nuca, perna e nas mãos. Ela estava sozinha no laboratório do terminal, na manhã do último dia 08, quando foi surpreendida por uma explosão no setor de manuseio de GLP. Os ferimentos só não foram mais graves porque ela usava equipamentos de proteção individual (EPI). 
Interdição
Maria José foi removida para o hospital São Marcos, em Recife, e não corre perigo de morte, apesar da gravidade do acidente. Há tempos o Sindipetro-PE/PB denuncia as irregularidades no laboratório da Transpetro, onde há uma série de gambiarras nas instalações, o sistema de exaustão é insuficiente, as tomadas de energia são inadequadas e uma série de equipamentos não estão em conformidade com as normas de segurança. O Sindicato cobrou a interdição do laboratório e exgie que a Transpetro cumpra todas as NRs relacionadas ao trabalho em laboratório.

Mulheres lutam há mais de um século por igualdade de trabalho

Há 102 anos, durante a 2.ª Conferência Internacional das Mulheres Socialistas em Copenhague, na Dinamarca, a ativista alemã Clara Zetkin propôs a criação de um dia internacional da mulher. O 08 de março nasceu para marcar a luta das trabalhadoras por um mundo igualitário e sem a opressão sexista. Nesse mesmo dia, em 1857, cem operárias norte-americanas perderam a vida durante um incêndio criminoso cujo objetivo era reprimir a greve histórica que realizaram pela redução da jornada de trabalho.

Passado mais de um século, as mulheres se organizaram e conquistaram importantes avanços em várias partes do mundo. No Brasil, elegemos uma presidenta e temos pela primeira vez uma mulher no comando da Petrobrás (onde menos de 15% do efetivo próprio é de mulheres), mas ainda convivemos com discriminações gritantes no mercado de trabalho, sem falar o assédio moral e sexual. O movimento sindical tem papel fundamental na defesa dos direitos da mulher e contra a opressão nas relações de trabalho. É cada vez mais importante a participação ativa das petroleiras nas organizações sindicais, nas mobilizações, assembléias, plenárias, congressos e demais fóruns de deliberação. É através da luta sindical que avançamos nas conquistas e na igualdade plena de direitos.

Preconceito salarial vai gerar multa

No último dia 06, o Senado aprovou um projeto de lei que prevê multa às empresas que pagarem as mulheres salários menores do que os dos homens quando ambos exercerem as mesmas funções. Pelo texto do projeto, que aguarda sanção da presidenta Dilma, o valor da multa será equivalente a cinco vezes a diferença praticada pela empresa ao discriminar a trabalhadora.

Regap é multada por recusar-se a reintegrar petroleiro que foi demitido sem justa causa

Em resposta à ação movida pelo Sindipetro-MG, a Justiça do Trabalho de Minas Gerais determinou que a Petrobrás reintegre o técnico de manutenção da Regap, Veneraldo Luis Dias, demitido sem justa causa no final do ano passado. A empresa será multada em R$ 1.000,00 por cada dia de descumprimento. A decisão é fruto de uma liminar concedida pela 4ª Vara de Betim e cria um importante precedente contra as arbitrariedades e abusos de autoridade das gerências.
No entanto, apesar da multa estabelecida pela Justiça, a gerência da Regap, num claro desrespeito à lei e aos trabalhadores, se recusou a reintegrar o petroleiro, que tem 26 anos de Petrobrás e foi demitido às vésperas de se aposentar. Se a liminar não for cumprida, o Sindipetro-MG estudará a adoção de outras medidas para fazer valer a decisão judicial.

P-36: esquecer jamais

O dia 15 de março tornou-se um marco na luta da categoria petroleira por condições seguras de trabalho. Nesta data, há 11 anos, aconteceu na Bacia de Campos um dos mais emblemáticos e dolorosos acidentes de trabalho da história da Petrobrás: a morte de 11 petroleiros após uma série de explosões na P-36, que causaram o afundamento da plataforma que era na época a maior do mundo. O próximo dia 15, portanto, é uma data que não pode jamais cair no esquecimento. Além dos familiares e amigos do 11 companheiros mortos naquele acidente, mais 300 famílias choram a morte de outros petroleiros vítimas de acidentes de trabalho no Sistema Petrobrás. Só a luta diária e o engajamento da categoria nas campanhas e mobilizações por condições seguras de trabalho poderão impedir que mais vidas se percam.
O Sindipetro-NF promove nos próximos dias 14 e 15 eventos e debates para envolver a categoria na luta para que outras P-36 não aconteçam. Um dos debates terá como tema “Interdições e Autuações na Bacia de Campos” e será realizado na sede de Macaé, com a participação de um representante da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE).Também estão programados atos nos aeroportos de Macaé, Farol e Cabo Frio, com participação das viúvas, familiares e trabalhadores acidentados.

FUP participa da Jornada Nacional de Luta dos atingidos por barragens

Na próxima quarta-feira, dia 14, os movimentos sociais se unirão ao MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) em diversas capitais do Brasil, para denunciar à sociedade o atual modelo energético do país e apoiar a luta dos trabalhadores do setor elétrico. No Dia Nacional de Luta contra as barragens, pelos rios, pela água e pela vida, o Rio de Janeiro será palco de uma grande mobilização, com a participação dos petroleiros, representados pela FUP e diversos sindicatos, como o Sindipetro RJ e o dos eletricitários, além do MST, da Via Campesina e da CUT.
Além das campanhas nacionais contra a privatização dos sistemas de água e esgoto nas cidades brasileiras e pela renovação das concessões do setor elétrico, a jornada de lutas também terá como pauta o debate sobre o fundo social do pré-sal, que também deve ser destinado aos atingidos por barragens. As mobilizações começarão no dia 13 e se estenderão até 15 de março em vários estados e também em Brasília, onde haverá uma reunião com a presidenta Dilma sobre a pauta de reivindicações do MAB.