Refinaria de Manaus: um crime contra o povo brasileiro e a Soberania Nacional!

Sandra Recalde / Para Sindipetro-AM – É hora de dar um basta! Enquanto o povo do Amazonas é forçado a pagar a gasolina e o gás de cozinha mais caros do Brasil, a única refinaria da Região Norte, a Refinaria Isaac Sabbá (REMAN), está sendo sucateada. Uma refinaria que hoje, vergonhosamente, não refina. Este é o retrato da política de privatização que entregou nosso patrimônio e agora sacrifica a população em nome do lucro de poucos.

Mas os trabalhadores não se calam. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e o Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindipetro-AM) foram à linha de frente e entregaram nas mãos do presidente Lula um manifesto que não é apenas uma carta, mas sim um chamado à luta.

O Desastre da Privatização

A REMAN foi vendida com a desculpa de ser um passo para a modernidade, mas se revelou um retrocesso brutal. Todo o petróleo extraído de Urucu, que deveria abastecer a população do norte do país, é despachado para São Paulo, num esquema logístico que só serve para encarecer o produto final e aumentar os lucros. A refinaria, que deveria ser um polo de desenvolvimento, corre o risco de virar um mero terminal de importados, um fantasma de metal a assombrar a Zona Franca de Manaus.

Os dados, compilados pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo e Gás (INEEP), são um soco no estômago e comprovam o que os petroleiros denunciam desde o início: a privatização da refinaria no norte do país trouxe redução drástica da atividade de refino, aumento da importação de combustíveis, preços abusivos para a população da região, precarização do trabalho e perda bilionária de arrecadação pública.

Demissões em massa, salários rebaixados e a insegurança operacional se tornaram a nova realidade. É a receita do desmonte, que enfraquece nossa soberania energética e condena a economia regional ao subdesenvolvimento. Como podemos aceitar que uma refinaria construída com dinheiro público agora sirva a interesses privados.

A exigência dos trabalhadores: retomada já!

Frente a este cenário, a FUP e o Sindipetro-AM não pedem, eles exigem uma atitude firme do governo. A principal bandeira é clara: a reintegração total da REMAN à Petrobras. É preciso desfazer o erro histórico da privatização e devolver a refinaria ao seu verdadeiro dono: o povo brasileiro.

Sabendo que a luta contra os interesses do capital é árdua, os trabalhadores apresentam uma alternativa tática, mas não menos importante: que a Petrobrás, por meio de uma parceria operacional, assuma o processamento do petróleo de Urucu na própria REMAN. Uma medida que, no mínimo, garantiria a redução dos custos, a geração de empregos e, principalmente, combustíveis a preços justos para a população.

A luta é de todos: soberania ou subserviência!

O que está em jogo no Amazonas não é apenas o preço da gasolina. É o futuro do Brasil. É a nossa capacidade de decidir sobre nossos próprios recursos e de usar nossas riquezas para promover o bem-estar da nossa gente, e não o lucro de acionistas estrangeiros.

A mensagem dos petroleiros e das petroleiras ao presidente Lula precisa ecoar por todo o país: o Amazonas não pode ser uma ilha de exploração em meio a uma estratégia nacional de energia. O povo do Norte precisa sentir, na prática, os efeitos de uma Petrobras forte, pública e a serviço do Brasil.

A luta pela retomada da REMAN é a luta de cada brasileiro que acredita na soberania nacional e na justiça social. É preciso pressionar, mobilizar e lutar para que a Petrobras seja, de fato e de direito, nossa!

O petróleo é nosso! A refinaria é nossa!

Confira a íntegra da carta:

DG_028.2025_-_Carta_ao_Presidente_Luiz_Inacio_Lula_da_Silva__E2_80_93_Volta_da_Petrobras_ao_Refino_na_Regiao_Norte

Confira a Análise técnica do Ineep:

ANEXO-DG-028.2025-Subsidios_Elementos-para-volta-da-Petrobras-ao-refino-na-regiao-Norte

 

[Foto: Coordenador do Sindipetro Amazonas, Marcus Ribeiro, entrega foto ao presidente Lula / Ricardo Stuckert]