Região mostra força nos protestos estudantis contra ataques de Bolsonaro à Educação

Liderados pela Ubes (secundaristas), pela UNE (universitários) e pela ANPG (pós-graduandos), estudantes realizaram ontem, em várias partes do país, protestos contra os ataques do governo federal à educação pública. Recentemente, o governo Bolsonaro anunciou cortes no orçamento da área para 2023 e, depois de uma grande reação da sociedade, precisou voltar atrás.

No Norte Fluminense, grandes atos em Macaé e em Campos dos Goytacazes reuniram centenas de estudantes, que percorreram ruas centrais das duas cidades para denunciar, por meio de cartazes, faixas e palavras de ordem, o descaso do governo federal com a educação. Na primeira, a maior concentração ocorreu na Praça Veríssimo de Melo. Na segunda, na Praça São Salvador.

O Sindipetro-NF também participou dos protestos, representados por diretores que também fizeram falas em defesa da educação. Em Campos, o coordenador geral da entidade, Tezeu Bezerra, condenou uma ação do TRE-RJ que confundiu o ato legítimo dos estudantes com um ato de campanha eleitoral, tentando cercear o direito de manifestação, e elogiou a coragem dos estudantes, que continuaram o protesto mesmo após a intimidação.

Também no ato de Campos, o diretor sindical José Maria Rangel denunciou que “Bolsonaro quer somente universidade particular para os filhos dos ricos” e que “não existe país livre e soberano sem educação”, defendendo os investimentos em educação pública e fazendo o alerta de que os estudantes vão precisar continuar mobilizados para defender a área.

Atos pelo país

De acordo com a Rede Brasil Atual, pelo menos 75 atos foram programados em vários estados. “Os estudantes estão unidos contra Bolsonaro e os sucessivos cortes orçamentários no Ministério da Educação (MEC) e no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Essas medidas, adotadas para abastecer o chamado “orçamento secreto”, afetam a rede federal como um todo – universidades, institutos de formação profissional e tecnológica e bolsas de pesquisa para estudantes de mestrado e doutorado. A corrupção no governo, mais visivelmente no MEC, é outra razão para as manifestações”, informou  a RBA.

A publicação lembrou que , “no início do mês, o governo anunciou cortes no MEC da ordem de R$ 2,4 bilhões, com impactos diretos sobre os cofres da rede, capazes de inviabilizar o funcionamento de universidades e institutos. Houve forte repercussão negativa e o anúncio de manifestações estudantis, que segundo os organizadores serão equivalentes ao chamado “Tsunami da Educação“, travado no início do governo de Jair Bolsonaro”.

A RBA também registrou o recuo do governo em relação aos cortes, mas os atos foram mantidos, “até porque na semana passada o governo Bolsonaro voltou a atacar. Editou três portarias, abrindo espaço no orçamento para os ministérios da Economia, do Desenvolvimento Regional e do Trabalho e Previdência bloquearem recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), o principal financiador da ciência no pais, o que inclui bolsas de pós-graduação”.

Cofira imagens dos protestos na região

MACAÉ [Fotos: Luiz Bispo / Cortesia]

CAMPOS DOS GOYTACAZES [Luciana Fonseca / Da Imprensa do NF]