Relatório da ONU expõe multinacionais parceiras da Petrobrás como exportadoras de petróleo para Israel

Da Imprensa da FUP – Relatório recente divulgado pela ONU denuncia empresas petrolíferas que exportam petróleo bruto para Israel, abastecendo refinarias do país que é responsável por um dos maiores crimes humanitários da atualidade, ao promover, sistematicamente, o genocídio contra o povo palestino, em Gaza. O documento, intitulado “Da economia de ocupação à economia de genocídio”, foi divulgado no último dia 30, expondo diversas corporações que financiam os crimes cometidos pelo Estado israelense, como fabricantes de armas, construtoras e empresas de óleo e gás.

Entre as petrolíferas citadas, estão a British Petroleum (BP) e a Chevron. O relatório revela que parte do petróleo exportado pelas multinacionais para Israel entre outubro de 2023 e julho de 2024 saiu de campos produtores no Brasil (cerca de 8%), alguns deles operados em parceria com a Petrobrás.

Segundo levantamento feito pelo Dieese/FUP, em maio de 2025 o Brasil produziu, em média, 4,76 milhões de barris de petróleo e gás natural por dia. A Petrobrás, como operadora, foi responsável por 4,25 milhões/dia (89% da produção nacional), sendo que apenas 2,9 milhões/dia ficaram com a estatal, já que o restante foi apropriado pelas empresas parceiras nos consórcios que operam os campos petrolíferos.

Ou seja, de todo o petróleo produzido em maio, a Petrobrás ficou com 68% da própria produção, o que equivale a 61% da produção nacional. Portanto, somente no mês de maio, as petrolíferas estrangeiras se apropriaram de 1,86 milhões de barris/dia (sendo 510 mil barris/dia de produção própria e outros 1,35 milhões/dia por conta da parceria com a Petrobrás).

Para a FUP e seus sindicatos, independentemente da empresa petrolífera, seja a Petrobras ou multinacionais privadas, nenhuma gota de petróleo extraído no Brasil deve ser exportada para Israel.

Vale lembrar que a FUP e a FNP encaminharam no dia 28 de maio documento cobrando do governo brasileiro a suspensão do fornecimento de suprimentos energéticos a Israel, dadas as recorrentes violações de direitos humanos na Faixa de Gaza, como o assassinato de civis, especialmente crianças e mulheres. O documento foi endereçado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a quatro ministros da República.

“Dados oficiais da Agência Nacional do Petróleo apontam que 1.969.485 barris de petróleo foram exportados para Israel em 2023, conjurando 0,34% do total de exportações brasileiras no mesmo ano. Segundo dados do próprio ComexStat, somente em 2024, durante o genocídio em Gaza, o Brasil exportou o equivalente a US$ 215.890.164,00 de petróleo bruto a Israel, equivalentes a 2,7 milhões de barris, aproximadamente 3,3% do consumo anual de petróleo do país.”, destaca o documento da FUP e da FNP. Veja aqui a íntegra.

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