Tem chegado ao Sindipetro-NF (Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense) denúncias de mais de 500 demissões nas empresas prestadoras de serviço da Petrobras. Na semana passada a empresa Elfe Engenharia, que já teve trabalhadores sindicalizados à entidade, anunciou a demissão mais de 300 trabalhadores de seu quadro operacional na Bacia de Campos devido às incertezas impostas pela COVID-19.
Esses trabalhadores foram demitidos no dia 27 de março e até agora não receberam nada, inclusive o benefício alimentação não foi pago. Segundo eles, foi feito um acordo do sindicato deles com a empresa, e o pagamento da rescisão será feito a partir do dia 16, parcelado em 12 vezes, com parcelas a partir de R$ 500,00. Os trabalhadores estão indignados com essa situação, muitas famílias já começam a passar por necessidades.
Segundo informações publicadas no site Click Petroleo, o Grupo Cobra que possui contratos na área de manutenção também demitiu 25 trabalhadores de sua base onshore em Macaé, e há relatos dos trabalhadores que mais 150, que atuam em operações offshore também terão mesmo destino, já que os contratos destes são intermitentes e não há previsão de retomada por parte da Petrobras.
A diretoria do Sindipetro-NF está muito preocupada com essas demissões em um momento crítico para a classe trabalhadora, não só por conta da pandemia como por causa da crise do petróleo que vem acontecendo no mundo.
“É preciso garantir uma renda e a estabilidade para os trabalhadores. É importante que as empresas conversem com os sindicatos e negociem uma forma melhor de atuar nesse momento para que todos não sejam prejudicados” – explica o Coordenador do sindicato, Tezeu Bezerra.
Para o Sindipetro-NF, o governo brasileiro tinha que parar imediatamente com as importações de petróleo para impulsionar o mercado interno e a cadeia de petróleo, atividade essencial para manter os empregos e a economia do país. Documentos solicitando a suspensão das demissões já foram protocolados pelo sindicato na Petrobras, mas a empresa mantém sua postura.
Aos trabalhadores das empresas que tem Acordo assinado com o Sindipetro-NF, o sindicato orienta que não aceitem negociações individuais e procurem a entidade para intermediar as negociações. “Vamos tentar manter o emprego e renda que pertencem à nossa categoria” – disse Tezeu.
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