O Sindipetro-NF voltou a se reunir com a Petrobrás, na manhã de hoje, para avançar na busca de soluções para os problemas de alimentação e higiene a bordo de plataformas de petróleo e E&P na região. Os representantes da empresa apresentaram respostas a alguns dos pontos cobrados por meio de ofício do sindicato (veja abaixo) e ouviram o reforço de cobranças da entidade.
O sindicato foi representado na reunião pelos diretores Sérgio Borges, Alexandre Vieira, Benes Júnior, Hilton Gomes, Marcelo Nunes e Robson Botelho.
“Eles fizeram uma apresentação mostrando que estão dando atenção ao ofício que o sindicato protocolou. Disseram que essas solicitações e necessidades estão no foco dos planejamentos do programa de excelência em hotelaria”, informa o diretor do Sindipetro-NF, Alexandre Vieira.
Fiscalização com pessoal próprio
O sindicato reafirmou a necessidade de alguns pontos serem ainda mais aprofundados, como o cumprimento do ACT sobre a obrigação da fiscalização ser feita por pessoal próprio. Os sindicalistas pontuaram sobre as diferenças entre fiscalização e auditoria (a segunda pode ser feita por uma empresa especializada, mas a fiscalização de rotina tem que ser feita por pessoal da Petrobrás).
O Sindipetro-NF sugeriu que a fiscalização seja reforçada com a presença de dois enfermeiros a bordo, o que também contribuiria para melhorar o atendimento à saúde nas unidades, aliviando a grande carga de trabalho enfrentada pelos profissionais atuais.
Avaliação do serviço e escuta
O sindicato cobrou ainda informações sobre como ficará o chamado bônus das empresas por qualidade, assim como a implantação de QR codes para avaliação, pelos trabalhadores, nos pontos de lanche e nos serviços de habitabilidade.
“Precisamos aprimorar o modelo de escuta. É ouvir as dificuldades dos trabalhadores que estão a bordo. O NF sugeriu que se recriem as comissões de bem estar em todas as unidades, que faça essa escuta dos trabalhadores, para agir nas questões de qualidade”, explica Vieira.
A entidade reforçou a necessidade de qualidade em um ambiente de trabalho, “porque isso reflete em tudo o que a gente recebe em termos de serviços na habitabilidade, porque nunca vai chegar na excelência pretendida pelo programa que a Petrobrás tem colocado”.
Salários baixos e desestímulo ao embarque
“Há uma crise generalizada relativa à questão do pessoal de empresas do setor privado, a questão salarial está muito ruim, a gente vive uma realidade em que vê um grupo atrás do outro colocando isso, colocando mobilizações e possibilidade de greve, diretamente relacionado à hotelaria”, adiciona o sindicalista.
O próprio pessoal de enfermagem, de empresas privadas, estão com problemas de pagamento, com salários baixos, e outros relativos a questões trabalhistas. Em razão disso há uma rotatividade muito grande. “Aí a gente tira os enfermeiros que gostam de embarcar, que se estimulam pelo desafio, porque passa a ser algo penoso. Como é que a gente atrai um profissional para um ambiente que hoje está sendo penoso?”, questiona Vieira.
Pontos atendidos
“Eles atenderam algumas solicitações nossas, como o histórico de DTAs desde 2022, a questão das inspeções de risco sanitário, realizadas de quatro em quatro meses, e pedimos mais informações, como as notas de cada unidade”, informa o sindicalista.
Ofício que havia sido protocolado pelo NF