Alessandra Murteira / Da Imprensa da FUP – Com a participação de 280 petroleiros e petroleiras de diversas regiões do Brasil, começou nesta segunda-feira, 04, em Pernambuco, a 12ª Plenafup, que tem como tema “Acordo Coletivo Forte e Transição Energética Justa”. Além das delegações dos 13 sindicatos filiados à FUP, a Plenária Nacional conta com a presença de representantes dos Sindipetros São José dos Campos, Alagoas/Sergipe e Litoral Paulista, que aceitaram o convite para acompanhar os debates que serão realizados ao longo do fórum.
O convite foi enviado pela organização da Plenafup a todos os cinco sindicatos da FNP, reafirmando o compromisso com a luta unitária da classe trabalhadora, não só no que diz respeito ao fortaleciemento e ampliação dos direitos, como também do projeto político nacional desenvolvimentista, com defesa incondicional da democracia e da soberania.
Na cerimônia de abertura da Plenária, o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, destacou a importância das lutas históricas da categoria petroleira em defesa da soberania nacional e dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras que atuam no Sistema Petrobrás, cujas imagens foram exibidas junto com o hino nacional. Ele lembrou que muitas dessas lutas seguem em curso e que só serão possíveis de terem êxito, com a reeleição do presidente Lula. “Para que isso aconteça, nós precisamos ter unidade em meio à nossa diversidade”, afirmou, saudando o retorno dos três sindicatos da FNP à plenária nacional da FUP, o que não acontecia desde 2007, quando ocorreu a ruptura da organização nacional da categoria.
“Um dos grandes sonhos que tenho é sair no ano que vem da Federação Única dos Petroleiros e Petroleiras com ela de novo reunificada com os nossos 18 sindicatos fazendo a luta da categoria petroleira, a luta em defesa da nossa soberania e a luta em defesa dos nossos direitos”, afirmou Bacelar.
Lourenzon, presente!
Sinésio Pontes, coordenador do Sindipetro PE/PB, anfitrião da 12ª Plenafup, agradeceu a presença das delegações petroleiras em seu estado, fazendo uma homenagem a Luiz Lourenzon, ex-coordenador do Sindicato e ex-diretor da FUP, que faleceu em abril de 2023. “Estamos juntos”, expressão que era marca registrada dele, foi repetida com muita emoção nas falas das lideranças sociais de Pernambuco, que participaram da mesa de abertura.
Estiverem presentes à cerimônia Vani Souza, do MPA, Josivaldo Alves, da Coordenação Nacional do MAB; Paulo Mansan, da Coordenação Nacional do MST; Juvândia Moreira, vice-presidente da CUT; Geralcino Teixeira, presidente da CNQ/CUT; Helmilton Bezerra, presidente da CTB/PE; Raphaela Carvalho, da Resistência/PSOL; Adriana Marcolino, do Dieese; Maria Auxiliadora, da CNTM, além de Bergson da Silva, diretor do Sindipetro SE/AL, Adaedson Costa, diretor do Sindipetro Litoral Paulista e Rafael Prado, presidente do Sindipetro São José dos Campos.
“É muito bom estar de volta”
Os dirigentes dos sindicatos da FNP reforçaram a importância da unidade para reconstruir o Sistema Petrobrás e impedir retrocessos políticos que voltem a colocar em risco os empregos e os direitos da categoria, assim como a democracia brasileira. Rafael Prado lembrou que última Plenafup que ele participou foi em Caruaru, também no estado pernambucano.
“É muito bom estar de volta. Eu digo isso porque fomos reeleitos fazendo o debate sobre a necessidade de reunificação da categoria petroleira. A conjuntura não é fácil e a nossa divisão em duas federações não faz sentindo. Não é assim que a categoria petroleira vai fortalecer a luta da classe trabalhadora no Brasil”, destacou.
Para o presidente do Sindipetro SJC, a 12ª Plenafup é histórica, sobretudo por ser o fórum nacional com mais sindicatos juntos debatendo o Acordo Coletivo de Trabalho. “Sei que a gente teve várias iniciativas conjuntas, mas esse passo que estamos dando aqui é muito importante, é uma semente que espero que germine para que a gente consiga no futuro próximo ter uma categoria reunificada em uma só federação”, afirmou, destacando que não há contradição entre lutar por um ACT forte e reeleger Lula contra o fascismo.
Defesa da soberania
As lideranças dos movimentos sociais e sindicais reforçaram a importância da unidade da classe trabalhadora e do campo progressista na luta pela soberania nacional, na defesa da democracia, e por uma transição energética justa e inclusiva. “Estamos lutando para que tenhamos soberania nacional em todos os sentidos e precisamos afirmar o compromisso na defesa de uma Petrobrás forte e pública, com unidade da classe trabalhadora, juntando o campo e a cidade”, afirmou Vani Souza, do MPA.
Josivaldo Alves, que falou em nome da Plataforma Operária e Camponesa da Água e Energia (POCAE), chamou atenção para os ataques do imperialismo contra os BRICS, reforçando o quanto é imprescindível que a classe trabalhadora e a esquerda se aproximem deste bloco. “O que se apresenta é uma fase de muita agonia do imperialismo norte-americano frente ao mundo e frente ao BRICS, que, apesar de todos os problemas e dilemas, é o mais avançado que temos economicamente e do ponto de vista político”, destacou.
“A classe trabalhadora e as esquerdas precisam priorizar a defesa da soberania nacional e das riquezas naturais. Sem unidade da classe trabalhadora, teremos muitos limites em enfrentar as dificuldades políticas do período atual e do próximo período”, completou.
“Reeleger Lula é prioridade”
A vice-presidente da CUT, Juvândia Moreira, começou a sua fala desejando às delegações petroleiras que consigam sair da plenária com uma pauta unificada para a campanha reivindicatória, mas reforçou que “as entidades sindicais não representam suas categorias só na mesa de negociação e fazendo acordo coletivo”.
“Para representar bem as nossas categorias, temos que pensar em nosso país, temos que debater o mundo em que a gente vive, temos que intervir sobre essa realidade. E nós temos, com certeza, uma prioridade que é, sem dúvida, a eleição do ano que vem. Para defender a empresa pública, para defender os empregos, para defender a soberania, para defender a democracia, para defender a transição energética justa, para defender os interesses do povo brasileiro, dos petroleiros e petroleiras, inclusive, nós temos que debater as eleições do ano que vem”, afirmou, destacando a importância central de renovar o mandato do presidente Lula e eleger parlamentares do campo progressista. “Reeleger o presidente Lula significa defender a Petrobrás e vocês estão trazendo aqui temas essenciais para o Brasil, como a transição energética justa”, enfatizou.
Sem anistia!
Ainda na tarde desta segunda, ao final da solenidade de abertura da 12ª Plenafup, os petroleiros e petroleiras receberam a notícia da decretação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. Confira a reação da Plenária: