Samba, alegria e falas de resistência deram o tom da comemoração do Dia da Mulher Negra, Latino Americana e Caribenha

Sob um uma grande lona de circo azul e branca colocada na Lyra dos Conspiradores, em Macaé, o Sindipetro-NF promoveu no dia 27 de julho uma festa em comemoração ao Dia da Mulher Negra, Latino Americana e Caribenha e Dia Nacional de Tereza de Benguela, ambos comemorados no dia 25 de julho.

Com a música de D. Ivone Lara, “Um sorriso negro”, o grupo Samba do Cabral abriu a noite que teve muito samba, alegria e falas de resistência deram o tom de uma noite para ninguém se esquecer. A diretora do Sindipetro-NF, Bárbara Bezerra, foi a primeira a falar. Contou a história da data e sua reação com Tereza de Benguela e lembrou que a história do nosso povo foi contada pelos colonizadores e cabia a cada um de nós mudar construir um novo discurso.

Em seguida, a diretora Jancileide Morgado deu o recado, ao citar uma frase marcante de Djamila Ribeiro: “Não dá para falar em consciência humana enquanto pessoas negras não tiverem direitos iguais e sequer forem tratadas como humanas”. Com isso reforçou a importância da luta das mulheres negras.

Também falaram nessa noite a poetiza petroleira e ex-diretora do NF, Conceição de Maria; Ivonete Lopes do Panelada de Crioula; a professora d UFRJ, Rute Costa Ramos; a Secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Zoraia Braz; a empreendedora Jeane Brasil; a mestranda em Administração da UFF,  Myslene; Débora de André,  e a especialista em Cultura Afro-brasileira, Kátia Magalhães.

Conceição de Maria reforçou que o Brasil só será diferente se vivermos com igualdade de direitos e pensarmos ações afirmativas para as mulheres pretas.

A diretora Giovana Soares também conduziu as falas do evento que foram mesclada com samba. Ela comentou que o Censo contou pela primeira vez a população quilombola no Brasil é de mais de 1,3 milhão de pessoas, o que corresponde a 0,65% do total da população residente no país. Também disse mais de 51% da população são mulheres que trabalham e com esses dados mostrou a importância das mulheres pretas para a construção do Brasil.

A festa contou também com 10 barracas de mulheres empreendedoras que trouxeram seus produtos, comidas e bebidas. Com um grande destaque para o lançamento do livro  “Mulheres que pariram a esperança: narrativas femininas sobre a vida” que é uma coletânea de histórias contadas por dez mulheres participantes do grupo Café com Vivências, da comunidade Nova Esperança, de Macaé.

O livro, que tem como uma das organizadoras Rute Costa da UFRJ, reúne histórias de vida narradas por mulheres que, com coragem, romperam a passividade da leitura e da escuta, encontrando o movimento da escrita. Mulheres, negras, migrantes, mães, trabalhadoras, companheiras, filhas, irmãs, que ao compartilharem as suas dores e esperanças, construíram juntas outras possibilidades de estarem neste mundo.

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