Sem avanços, é greve a partir do dia 16!
A FUP e seus sindicatos indicaram greve por tempo indeterminado, a partir do dia 16 de novembro, se não houver avanços nas negociações com a Petrobrás e subsidiárias. Os trabalhadores seguirão as estratégias de parada e controle de produção que foram discutidas pelos sindicatos com a categoria em assembléias e em seminários locais, bem como no seminário nacional preparatório de greve, realizado pela FUP no último dia 11. Antes do dia 16, os petroleiros realizarão paralisações estratégicas, em unidades que serão discutidas de forma estratégica com as militâncias nas bases e divulgadas pela FUP durante o movimento. Além disso, o Conselho Deliberativo definiu o dia 10 de novembro como prazo final para conclusão das negociações com a Petrobrás e subsidiárias. O calendário de lutas indicado pela FUP e seus sindicatos será avaliado pelos trabalhadores nas assembléias permanentes.
“Operação Gabrielli” a partir desta quinta
Ainda esta semana, trabalhadores próprios e terceirizados iniciam uma série de mobilizações em todo o Sistema Petrobrás, cumprindo, rigorosamente, todos os procedimentos de segurança que as gerências burlam diariamente. Batizada de “Operação Gabrielli”, as mobilizações por segurança são mais uma forma de protesto contra a política de SMS da empresa, que já matou 309 petroleiros e feriu e mutilou outros milhares de companheiros nos últimos 16 anos. E o presidente da Petrobrás ainda alega que a culpa é dos trabalhadores, que não têm “disciplina operacional”. A partir desta quinta-feira, 27, a categoria enfrentará os gerentes, coordenadores e supervisores e cumprirá à risca todos os procedimentos de segurança, colocando em xeque a hipocrisia dos gestores da empresa, que posam de defensores da vida para o presidente Gabrielli, mas na prática atropelam todas as normas de SMS para cumprirem as metas de produção.
Negociação prossegue, com a categoria em estado de greve
Nesta quinta-feira, 27, com a categoria em estado de greve, a FUP volta a se reunir com a Petrobrás, para buscar na mesa de negociação uma contraproposta que atenda às principais reivindicações dos trabalhadores. Não só em relação às questões econômicas, como propõe a empresa, mas também no que diz respeito às cláusulas sociais. Por isso, a FUP irá propor estender a negociação até o dia 28, já que a Petrobrás não avançou, como deveria, em relação aos eixos essenciais da campanha reivindicatória, como uma política de SMS que defenda a vida, melhoria dos benefícios, condições iguais de trabalho para os terceirizados, ganho real, aumento de efetivos que reduza a terceirização desenfreada que tem matado cada vez mais trabalhadores na empresa.
Além disso, quase dois meses após ter recebido a pauta de reivindicações apresentada pela FUP, a Petrobrás sequer apresentou uma contraproposta à categoria. O que fez foi o de sempre: enviar uma carta de encaminhamento com algumas das proposições apresentadas pela Gerência de RH em mesa. Mesmo assim, os poucos avanços relacionadas a AMS, Petros e benefícios educacionais ainda estão aquém do que cobram os trabalhadores. Soma-se a isto, o fato da empresa ter descartado os capítulos da pauta referentes à segurança no emprego; planejamento, recrutamento e seleção de pessoal; condições de trabalho; anistia; inovações tecnológicas e relações sindicais.
Editorial
O “bode” da unidade cobrada pelos divisionistas
Você, companheiro (a) trabalhador (a), acreditaria em pseudo representantes da categoria, que, ao mesmo tempo em que defendem a unidade com a FUP, ingressam com ações judiciais para destruir essa mesma entidade?
Numa mesa de negociação disputada, como a da Petrobrás, você teria como aliado um agrupamento dissonante de indivíduos que te acusam de “traidor”, “vendilhão”, “pelego”, “entreguista”, “chapa branca”, “governista”, entre outros adjetivos, que, por si só, já traduzem suas intenções? Pois é justamente isso que estão propondo os divisionistas, que em seus boletins, editoriais e faixas penduradas nas unidades da Petrobrás escancaram a única coisa que os une: “derrotar a FUP”. Como pode haver unidade com pseudo sindicalistas que subverteram a luta de classes, transformando os trabalhadores em inimigos e os ex-gerentes da “era FHC” em aliados?
Além de ter pauta e bandeiras de luta diferentes, a FUP não vacila em seus enfrentamentos. Nossos inimigos não são os que nos fazem oposição e sim os gestores da Petrobrás e os representantes do governo que resistem às reivindicações dos trabalhadores. A falsa unidade pregada pelos divisionistas é o “bode”, como chamamos no jargão sindical, para tentarem enganar mais uma vez a categoria. Como não têm ação sindical, já que não se entendem nem mesmo entre eles, querem tomar carona nas lutas da FUP para depois nos acusarem novamente de “traidores”, “vendilhões”, “pelegos”, “entreguistas”, “chapa branca”, “governistas”…
A unidade não é um discurso vazio e oportunista. É um princípio da classe trabalhadora e motivo maior da construção da FUP e de tantas outras entidades sindicais que o PSTU/Semlutas tentam destruir por disputas meramente político-partidárias. Somos, sim, a favor da unidade, mas através da FUP, que é de fato e de direito a entidade que representa nacionalmente os petroleiros. Tanto que é referência para os próprios divisionistas, que estão sempre a reboque das nossas lutas e conquistas, além de utilizarem os nossos calendário de mobilizações e paralisações.
Unidade na luta sim! Respeito a organização dos trabalhadores, também!
Mobilização do dia 19 mostrou a força dos petroleiros
As mobilizações do último dia 19 já apontaram que a luta é o caminho para conquistar nesta campanha as principais reivindicações cobradas pela categoria. Em todas as bases da FUP, os trabalhadores cruzaram os braços nas trocas de turno e atrasaram o início do expediente administrativo. Nas plataformas, refinarias, campos terrestres de produção, terminais, usinas de biodiesel, termelétricas, entre outras unidades operacionais, os trabalhadores suspenderam por 24 horas as emissões de PTs.
A luta prossegue e se intensificará nos próximos dias, se a Petrobrás continuar provocando a categoria com propostas vazias e desculpas esfarrapadas, como o argumento retrógrado de que aumento de salário gera inflação e aumenta a crise econômica. Os trabalhadores já assistiram a este mesmo filme em 2009, se negaram a pagar a conta dos especuladores e realizaram uma greve de cinco dias. Agora, o indicativo é de greve por tempo indeterminado e também em defesa da vida. Será que a Petrobrás vai querer radicalizar novamente e levar a categoria à greve?
FUP na luta contra a privatização dos aeroportos
A FUP mais uma vez esteve presente no Aeroporto de Guarulhos, na deflagração da greve de 48 horas que os aeroportuários realizaram contra o projeto privatista do governo federal de concessão à iniciativa privada de parte do controle acionário dos três aeroportos mais rentáveis do país: Cumbica (Guarulhos), Viracopos (Campinas) e o de Brasília. É aquela velha história de privatizar o filé e deixar o osso para o Estado. Além disso, o projeto acaba com o controle estatal sobre um setor estratégico, ao retirar da Infraero as atividades fim dos aeroportos: operação, segurança, carga e navegação aéreas, controle de tarifas e manutenção e engenharia especializada.
A greve teve início à zero do dia 20, nos três aeroportos ameaçados de privatização. Em Guarulhos, os dirigentes da FUP e de seus sindicatos somaram-se na noite do dia 19 à manifestação realizada pelos aeroportuários, com apoio e participação da CUT. No último dia 07, cerca 1.500 trabalhadores e militantes que participaram da 13ª Plenária Nacional da CUT já haviam participado de um grande ato público contra a privatização no mesmo aeroporto. Na ocasião, o coordenador da FUP, João Antônio de Moraes, falou em nome das demais federações que participaram da Plenária e condenou veementemente todas as formas de privatização, ressaltando a luta da categoria petroleira para barrar os leilões de petróleo.