Sem mobilização não há conquista

A partir da zero hora de segunda, 14, os petroleiros da Bacia de Campos começam uma greve de cinco dias pelo Dia de Desembarque, apesar das tentativas da empresa de fazer com que nosso movimento não aconteça. Durante o processo de negociação fomos desrespeitados várias vezes pela Petrobrás. Primeiro quando não apresentou uma proposta formal no dia 4 de julho, depois ao convocar uma nova reunião no meio de uma mobilização de 72 horas e novamente não apresentar nada e agora, ao convocar uma reunião neste sábado com trabalhadores para furar a greve.

 Ao saber da reunião entre o gerente geral da UN-BC com cerca de 200 pessoas, a direção do sindicato se dirigiu ao local na base de Imbetiba da Petrobras. Conforme divulgado em nosso site, os diretores exigiram o direito de falar. Cláudio Alberto de Souza e Hélio Guerra esclareceram os motivos da greve e fizeram um histórico das reuniões com o RH e do impasse atual. Os diretores lembraram que o direito de fazer greve é universal e não depende do cargo na empresa, chamando todos à unidade.
 Na sexta, 11, o descaso com nossa organização veio através do Ministério Público do Trabalho, que ao invés de pautar a reunião pelo objeto do documento do sindicato que era a negociação de produção e efetivo mínimo, se propôs a intermediar a negociação do acordo sobre o Dia de Desembarque. A Petrobrás novamente desconsiderou nossa organização ao enviar representantes sem autonomia para negociar. Sendo assim o Sindipetro-NF entendeu naquele momento que não haveria nenhum Acordo e que a greve era fundamental.
 Os trabalhadores das unidades marítimas da Bacia de Campos vão novamente à luta pelos seus direitos. Até o momento, a Petrobrás está tratando o problema com indiferença e desrespeito. Parece não acreditar na união e força da categoria petroleira. Parece ter esquecido que fato semelhante aconteceu em 2001, quando a categoria fez uma greve vitoriosa de cinco dias.
 Diante dos fatos, o sindicato mantém a sua convocação para que os trabalhadores nas unidades marítimas da Bacia de Campos façam a greve a partir de segunda. A proposta apresentada pela empresa no dia 10 foi mais uma tentativa da Companhia em manter uma lógica de oferecer propostas em cima da hora dos nossos movimentos para tentar nos desestabilizar, mas dessa vez não entraremos no seu jogo e vamor realizar o movimento. Chega de não cumprirem os prazos estabelecidos pelos trabalhadores!
 O sindicato orienta a todas as unidades que nossa greve será de ocupação. E que não é para entregar as plataformas para as equipes de contingência, porque a categoria na greve é responsável pela segurança das plataformas. Vamos controlar a produção! Quanto maior a organização e a participação dos trabalhadores, maiores as chances de avançar nas negociações com a empresa em busca de uma proposta que atenta à categoria. Sem mobilização não há conquista.
 A empresa já foi devidamente informada, dentro do prazo estabelecido de 72 horas de antecedência que a greve irá acontecer, então não aceite pressões. Todos os trâmites estão sendo cumpridos.
 Informamos também que a Diretoria do sindicato está de plantão neste final de semana, através dos celulares publicados no box acima, nas sedes do NF  e que fará ainda hoje uma transmissão através da webrádio do NF.

Pleito antigo – O dia do desembarque é um pleito antigo dos trabalhadores. A Petrobrás comprometeu-se a discutir a questão no âmbito da Comissão de Regimes em 2005, mas não o fez. Em dezembro de 2007, durante o fechamento das negociações do ACT assegurou que a solução seria encontrada em 60 dias e até agora não cumpriu seus compromissos. Os  trabalhadores realizam desde o dia 5 de maio mobilizações pela solução desta pendência,  mas ao que parece não chamaram a atenção da alta gerência da Petrobrás.

Kit Greve – Estão disponíves no site todos os documentos para impressão necessários durante a greve.