Rede Brasil Atual – A agenda de manifestações em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – na semana de seu julgamento pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre, se intensifica. Estão programadas dezenas de manifestações no Brasil e no exterior, a partir desta segunda-feira (22) até a quinta (25). No campo jurídico, a defesa de Lula considera que a única decisão técnica possível é a absolvição, diante do farta documentação reunida comprovando inocência do acusado, condenado em primeira instância pelo juiz Sérgio Moro a nove anos e meio de prisão
Estão programados grandes atos políticos na capital gaúcha, em São Paulo (na quarta-feira, com caminhada da Praça da República à Avenida Paulista). A semana que marcará o futuro político do país terá ainda a oficialização da pré-candidatura de Lula à presidência da República. Uma reunião da cúpula do PT com esse fim será realizada na quinta-feira (25). Durante evento com artistas em São Paulo, na última quinta-feira, o ex-presidente afirmou estar “à disposição” do PT. “Eu quero que o PT me indique. Se o PT quiser, estarei como candidato à Presidência, aconteça o que acontecer”, disse.
A segunda-feira começa com a chegada, ao amanhecer, de milhares de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) à capital gaúcha. A concentração de agricultores, que chegarão caminhando em colunas antes de acampamento em Porto Alegre, deve sair da ponte sobre o Rio Guaíba, na altura do antigo posto fiscal da Receita Federal na BR-116. A marcha vai percorrer durante 7,5 quilômetros importantes avenidas da cidade até o acampamento que está sendo montado no Anfiteatro do Pôr do Sol.
Manifestações
Ainda nesta segunda, será realizado às 10h um seminário internacional pela democracia, na sede da Federação dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Fetrafi). Às 18h, no mesmo local, está previsto um ato de juristas e intelectuais em defesa da democracia. À noite, no acampamentos dos movimentos sociais, haverá um sarau da juventude.
Na terça-feira (23), o Auditório Dante Barone, da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, terá às 9h da manha um ato das mulheres pela democracia e pelo direito de Lula ser candidato, onde são esperadas as presenças da ex-presidentas Dilma Rousseff e Cristina Kirchner (Argentina) e da pré-candidata do PCdoB a presidente, Manuela D’Ávila. À tarde, à 14h o auditório terá um evento do Fórum Social Mundial – em defesa da democracia, da soberania das nações e dos direitos das trabalhadoras e trabalhadores – em contraponto à abertura do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. Participam lideranças como o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e da Frente Povo sem Medo, Guilherme Boulos, a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Marianna Dias, o presidente da CUT, Vagner Freitas, os senadores Paulo Paim (PT-RS) e Roberto Requião (MDB-PR).
A partir das 16h, manifestantes começam a se concentrar para um marcha que reunirá todos os movimentos na Esquina Democrática (Centro de Porto Alegre), realização de um ato político cultural – onde é esperada a presença de Lula, ainda a se confirmar. Ali mesmo, à noite, começa a vigília que permancerá no local durante todo o julgamento, marcado para começar às 8h30 da quarta (24).
Da República à Paulista
Em São Paulo, a concentração para o ato político em defesa da democracia e do direito de Lula ser candidato terá concentração às 16h na Praça da República seguida de caminhada até a Avenida Paulista. Lula também participará desta manifestação.
Vagner Freitas, considera um marco a articulação de movimentos em defesa da democracia e do direito do ex-presidente Lula se candidatar nas próximas eleições presidenciais. “É essencial a presença das centrais sindicais, dos movimentos sociais, na defesa, nesse dia 24 de janeiro, do Estado jurídico de direito. O que se tenta fazer é, na sequência da condenação do presidente Lula, a condenação, ou a perseguição, aos movimentos sociais”, diz.
O coordenador nacional do MST Gilmar Mauro reitera a preocupação. “A verdade é que não é uma simples defesa do Lula, é uma defesa da democracia brasileira contra a parcialidade do poder judiciário, que atinge Lula, mas atinge toda a esquerda e, principalmente, a construção da democracia, que é parte de um processo de mobilização que custou muito sangue e sofrimento.”
Para Mauro, esse é um momento que poderá marcar um novo ciclo de politização do povo brasileiro. “Mobilizar a sociedade, nesse momento, envolve não só os setores organizados, masa população. É politizar um processo que nos permita construir, de fato, um programa não só para alavancar o processo eleitoral desse ano, mas um programa consistente que vá além do calendário eleitoral e que permita discutir um projeto diferente para o Brasil”, destaca.
Também estão previstos atos nas cidades de Berlim, Frankfurt e Munique (Alemanha), Cidade do México (México), Barcelona e Madrid (Espanha), Nova York (Estados Unidos), Paris (França) e Estocolmo (Suécia).
Com informações do Brasil de Fato