Seminário discute riscos do benzeno e mobiliza sindicatos da categoria

Em uma ação conjunta, os sindicatos dos petroleiros do Norte Fluminense, Duque de Caxias e do Rio de Janeiro, realizaram nesta terça-feira (12) um seminário que teve como foco a exposição ocupacional ao benzeno. O evento aconteceu das 9h às 17h, no Auditório Valadão da Faculdade Nacional de Direito da UFRJ, no Rio de Janeiro, e teve como objetivo aprofundar o debate sobre os riscos dessa substância altamente tóxica.

A iniciativa dos sindicatos reforçou uma pauta histórica da categoria: a denúncia dos perigos do benzeno, um composto químico presente em derivados de petróleo. Altamente volátil, a substância representa uma ameaça constante para os trabalhadores. Os sindicatos alertam que não existe um limite seguro de exposição ao benzeno, e o contato, mesmo em pequenas quantidades, pode causar doenças graves como câncer, além de alterações genéticas e outros danos irreversíveis à saúde.

“Precisamos chamar a atenção dos trabalhadores e trabalhadoras dos riscos do benzeno, dos perigos da alteração da legislação e como isso influencia no momento da aposentadoria”, alerta o Coordenador do Departamento de Saúde e Segurança do NF, Alexandre Vieira. 

Ao longo do dia, a programação do seminário foi dividida em quatro painéis, que abordaram temas como os efeitos do benzeno, normas e acordos institucionais, técnicas e conceitos de segurança, e a relação entre o direito e a previdência social. O evento se consolidou como um espaço estratégico para a troca de informações, o fortalecimento da organização dos trabalhadores e a cobrança por ações concretas das empresas.

De acordo com o secretário de Saúde da CNQ-CUT e representante do Sindipetro-NF, Antônio Carlos “Bahia”, o objetivo é criar o primeiro passo para um coletivo de defesa da classe trabalhadora contra o agente químico: “Estamos o tempo todo de olhos abertos porque o benzeno mata”, destacou.

A fala foi corroborada pelo diretor do Sindipetro NF e da CUT Estadual, Alessandro Trindade, que acrescentou: “Além disso, é de suma importância discutirmos o programa de controle de saúde ocupacional, que hoje não aponta de forma eficiente os riscos a que o trabalhador está exposto na atividade de extração de óleo e gás, inclusive na Bacia de Campos. Queremos elementos que possam medir e mensurar a exposição do trabalhador ao benzeno”, ressaltou.

O seminário, ao final, culminou na elaboração de propostas e compromissos, reafirmando a exigência dos petroleiros por maior controle, transparência e políticas de proteção eficazes.

Confira no vídeo a fala dos representantes do Sindipetro NF: