Setembro de mortes na Petrobrás

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O mês de setembro em que comemoramos o fortalecimento da Petrobrás e a conquista do maior acordo salarial da categoria também marca a perda de quatro trabalhadores, assassinados pela insegurança crônica que os gestores da empresa, irresponsavelmente, fingem não enxergar. Para não impactar a produção e os lucros, a Petrobrás segue adiante com uma política de insegurança que já consumiu a vida de 286 trabalhadores nos últimos 15 anos. Só neste mês de setembro, foram quatro mortes por acidentes de trabalho nas unidades da empresa. Até agora, seis trabalhadores morreram este ano a serviço da Petrobrás: cinco eram terceirizados. A FUP convoca todos os petroleiros, próprios e contratados, a participarem quarta-feira, 06, do Dia Nacional de Luta, por um basta aos acidentes e em defesa da vida. As mobilizações serão organizadas pelos sindicatos, através de atos, atrasos e manifestações de repúdio à política de SMS da Petrobrás.

Renata Lima Benigno, presente!

A técnica de operações da Reman, Renata Lima Benigno, 26 anos, faleceu nesta quinta-feira, 30, no Hospital do Galeão, no Rio de Janeiro, para onde foi transferida, após seis dias internada em uma UTI de Manaus. Durante sete dias, ela lutou para sobreviver às queimaduras de 1º, 2º e 3º graus, que sofreu durante um acidente de trabalho na refinaria, no último dia 23.

Genivaldo José da Silva, presente!

Marinheiro de convés da empresa Flomar, Genivaldo José da Silva, 34 anos, perdeu a vida em um acidente de trabalho no dia 27, no Terminal de Suape, em Pernambuco, quando realizava a atracação de um navio com produtos para a Transpetro.  O marinheiro foi atingido pela corda de atracação, que soltou-se, lançando-o contra as ferragens. Durante o acidente, não havia médicos, nem enfermeiros no Terminal.

Marcos Vinícius da Silva, presente!

O operário Marcos Vinícius Pereira da Silva, 38 anos, morreu após sofrer politraumatismos durante um acidente no dia 21, quando atuava nas obras de terraplanagem do Comperj, Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro. A retroescavadeira que operava tombou e caiu sobre ele.

Milton José da Silva, presente!

O eletricista Milton José da Silva, 51 anos, trabalhava para a DVS Manutenção e Instalações Elétricas, uma das empresas que presta serviços para a Petrobrás nas obras de construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Ele sofreu um acidente fatal no dia 04, quando fazia a manutenção de uma rede elétrica de alta tensão.

Quarta-feira, 06, ato em defesa da vida!

Para exigir um basta aos acidentes e mortes na Petrobrás, a FUPconvoca a categoria a participar do Dia Nacional de Luta, em defesa da vida. A mobilização será na próxima quarta-feira, 06, com atos, atrasos e manifestações de repúdio à política de SMS. Os trabalhadores não podem continuar reféns da insegurança. Até quando os gestores da Petrobrás continuarão priorizando a produção em detrimento da vida? 
 As normas de segurança, além de equivocadas, só existem no papel. Que o digam os petroleiros da Bacia de Campos, que denunciam diariamente as péssimas condições de segurança em que trabalham. Cenas que se repetem também nas demais plataformas do país, refinarias e terminais. Na Reduc, dois incêndios recentes só não se transformaram em tragédia por pura sorte. Não é possível que os petroleiros continuem dependendo da sorte para voltarem vivos para casa.
O acordo conquistado na campanha salarial garantiu a realização de fóruns de debate entre os gestores da Petrobrás e as representações sindicais para tratar das práticas da empresa em relação ao SMS e à responsabilidade social.  Mas, sem pressão dos trabalhadores e sem vontade política da empresa, não haverá mudanças estruturais nas políticas de segurança e de terceirização.
 A FUP solicitou uma reunião urgente com o SMS da Petrobrás para discutir a construção do fórum, cobrar explicações em relação aos acidentes, assim como ações contundentes para garantir a saúde e segurança dos trabalhadores.

Sindicatos assinam o maior acordo salarial da categoria

Pela primeira vez nos últimos 20 anos, a FUP e seus sindicatos fecham uma campanha reivindicatória em setembro, garantindo aos trabalhadores o maior reajuste salarial de todos os tempos. Os petroleiros cujos sindicatos assinaram o acordo até o dia 23 recebem nesta sexta-feira, 01, a gratificação de R$ 6.000,00 ou uma remuneração, o que for maior. No dia 07 de outubro, a Petrobrás efetua o pagamento para os trabalhadores das bases sindicais, cujo acordo foi assinado até o dia 28. É o caso da Bahia, do Norte Fluminense, do Espírito Santo, do Rio Grande do Norte e do Rio de Janeiro, que concluíram esta semana suas assembléias, com aprovação maciça do acordo conquistado pela FUP.
Os petroleiros encerram esta campanha com reajuste de 9,36% na RMNR. É o maior aumento salarial já alcançado pelos petroleiros, que garantiram ganhos reais entre 3,6% e 4,7%, além do IPCA.

Fortalecimento da Petrobrás torna a empresa mais estatal e nacional

Agosto de 2000. Com base no Programa Nacional de Desestatização, o governo de Fernando Henrique Cardoso/José Serra se desfaz de 31% do capital da Petrobrás. A maior parte das ações foi direcionada aos investidores estrangeiros, que ficaram com 60% dos papéis. A Petrobrás mão emitiu novas ações, nem recebeu um centavo sequer do que os tucanos venderam. O governo do PSDB/PFL (atual DEM) desfez-se de parte considerável das ações que pertenciam à União, reduzindo o controle do Estado sobre a Petrobrás e escancarando o capital da empresa para o setor privado. O objetivo era dilapidar a Petrobrás e privilegiar aqueles que já estavam de olho na empresa e no potencial de petróleo e gás das bacias e plataformas continentais do país.

Serra e a terceirização
Que o candidato tucano José Serra é um cara de pau, todos nós sabemos. Mas, o sujeito extrapolou todos os níveis possíveis de cinismo, posando de moçinho no debate da Record, ao declarar que a terceirização na Petrobrás precariza as condições de trabalho. Que moral o tucano tem para criticar a terceirização, que é fruto do sucateamento que o seu próprio governo impôs à Petrobrás na década de 90? Serra, para quem tem memória curta, foi ministro do planejamento do governo FHC e um dos que mais defendeu a privatização da Petrobrás, impedindo a reabertura de concursos públicos para recomposição dos efetivos. Ele e seu governo empurraram a Petrobrás para o processo de terceirização de atividades permanentes, que a FUP e seus sindicatos condenam e tanto criticam.

Agora é Dilma !

“Os petroleiros são a pátria de capacete e macacão. Vocês são a prova viva do que o Brasil é capaz”. A declaração da candidata Dilma Rousseff marcou sua participação na II Plenafup e espelha a importância histórica do momento político que vive o país. As palavras da candidata também ressaltam o protagonismo da categoria nas transformações em curso e que tudo tem a ver com as eleições do próximo domingo.  Cara a cara com petroleiros e petroleiras, Dilma Rousseff reafirmou seu compromisso com o fortalecimento do Estado e da Petrobrás e para que o pré-sal seja transformado em uma riqueza social.  
Os petroleiros, assim como a grande maioria da classe trabalhadora brasileira, sabem o que está em jogo nesta eleição. Os dois projetos políticos em disputa são antagônicos. De um lado, a direita neoliberal e ultraconservadora, que defende a redução do Estado, o capital especulativo, as privatizações, a precarização das relações de trabalho, a subserviência às políticas dos EUA, a criminalização dos movimentos sociais. Se contrapondo a este projeto, está a candidata Dilma Rousseff, que já demonstrou toda a capacidade e compromisso político de dar continuidade às mudanças sociais iniciadas pelo governo Lula, consolidar o desenvolvimento, com distribuição de renda e valorização do trabalho, através de um Estado forte e altivo na defesa da soberania nacional.
Nesta disputa, a direita tem ao seu lado uma mídia encastelada, controlada por meia dúzia de oligarquias que nunca respeitaram a democracia.  A mesma velha mídia que sustentou o golpe de 64 e apoiou a ditadura militar e que, agora, mais uma vez, reedita o discurso golpista de satanização do poder que emana do povo.  Não admitem que a elite perca o comando, perca privilégios, perca o controle sobre o povo e sobre a informação.  O Brasil mudou, mas a velha mídia continua a mesma, assim como a direita, reacionária e golpista. 
Os trabalhadores não querem retrocesso, pois sabem o que significará a volta do PSDB e do DEM ao poder. Por isso, o povo brasileiro responderá nas urnas que quer um país soberano, livre e verdadeiramente democrático. Vamos sepultar definitivamente o projeto privatista e neoliberal da direita, que menospreza o povo e que tantos prejuízos já causou à nação.  No dia 31 de outubro, vamos confirmar a vitória de uma mulher guerreira que tem todas as condições de ampliar os avanços e consolidar as transformações sociais iniciadas pelo governo Lula.  Vamos eleger Dilma Rousseff a primeira presidenta do Brasil!