O Sindipetro-NF realizou ontem, na sede da entidade, em Macaé, reunião setorial unificada com os petroleiros do Terminal de Cabiúnas, da Transpetro, com trabalhadores de todos os grupos da unidade. A categoria aprovou um Manifesto (confira abaixo) que destaca os seus principais pontos de luta.
Além de diretores do NF e da assessoria jurídica, a setorial contou com a participação do presidente do Sindipetro-RS, Fernando Maia, que lembrou que a luta dos trabalhadores em seu estado foi essencial para a retomada do controle total da Petrobrás sobre a Refap (Refinaria Alberto Pasqualini), em Canoas. Parte da refinaria havia sido vendida pelo governo FHC em 2001. Depois de quase uma década de pressões de trabalhadores, a companhia, em 2010, no governo Lula, voltou a ter 100% da refinaria.
Durante a setorial, o assessor jurídico do Sindipetro-NF, Carlos Eduardo Pimenta, deu informes sobre as ações pela incorporação dos funcionários da Transpetro à Petrobrás, destacando que o caso de Cabiúnas está servindo de referência para outras bases do país.
Para o coordenador geral do NF, Marcos Breda, a setorial “foi uma iniciativa importante para que a diretoria do sindicato pudesse ouvir os companheiros de Cabiúnas, principalmente em relação à luta da incorporação dos cedidos da Transpetro naquela base, e muitos outros assuntos que preocupam a categoria”.
Para marcar a atividade, os trabalhadores plantaram uma muda de árvore, da espécie Pau Ferro, em frente ao terminal de Cabiúnas, simbolizando a resistência da categoria. O plantio contou com a participação de militantes camponeses de Macaé.
“A ideia é alimentar sempre a luta. Não é uma simples árvore, é um símbolo para lembrar que a luta é feita em todos os momentos”, disse o diretor do Sindipetro-NF, Claudio Nunes, que é lotado no terminal.
Confira abaixo o manifesto dos trabalhadores de Cabiúnas.
Unificar Cabiúnas é unificar a Transpetro, a Petrobrás e o Brasil
Reunidos no SindipetroNF no dia 09 de Fevereiro de 2017, petroleiros e petroleiras da Transpetro discutiram amplamente os problemas do terminal que, certamente, são reflexos da nefasta conjuntura que sempre prejudicou o povo brasileiro mas que se intensificou com a ofensiva neoliberal que tomou conta do país após a ascensão de um presidente ilegítimo mediante um Golpe de Estado.
Nas falas que foram realizadas nesta setorial unificada, existiu uma convergência unânime nas palavras daqueles que se expressaram acerca da necessidade de estarmos unidos nesse momento em que a gestão da Transpetro e da Petrobrás desejam, a qualquer custo, atacar todos nossos direitos e conquistas.
Na maioria das intervenções foi destacado que as atitudes individuais que cedem a política assediadora da empresa, enfraquecem a resistência da categoria, uma vez que deixam petroleiros e petroleiras isolados nas ações de luta contra essas perseguições injustas e que não tem o menor pudor de atropelar seja quem for.
Foi salientado, por exemplo, que a campanha “Regras de Ouro” realizada pelo Sistema Petrobrás atinge, na prática, apenas os executantes de serviço deixando as gerências livres para julgar apenas aqueles trabalhadores e trabalhadoras que incomodam, criando uma política fascista de perseguição àqueles que procuram contrapor os erros dessa gestão. Tal política é impossível de se combater sem que haja unidade.
Além disso, todo o aspecto jurídico acerca da nossa incorporação foi detalhado pela nossa assessoria jurídica sindical, e nos forneceu um respaldo maior para que a justa incorporação dos trabalhadores e trabalhadoras da Transpetro da UTGCAB saia, seja mediante vias judiciais ou seja na luta que nos é tão familiar.
Saímos desse encontro com a certeza de que temos totais condições de lutar por nossos problemas do dia a dia com o viés de que, com essa batalha, podemos unificar cada vez mais os trabalhadores e trabalhadoras da UTGCab e, assim, ganhar forças para a batalha da incorporação que, não diferente da nossa história de conquistas, será exemplo não só para trabalhadores e trabalhadoras de todas as subsidiárias da Petrobrás mas para todos brasileiros e brasileiras que, não diferentemente de nós, enfrentam uma onda reacionária e fascista que buscam destruir os movimentos sociais que nos representam.
Portanto, esperamos que o Sindicato mantenha essa política de diálogo horizontal, franco e transparente com a categoria para que possamos avançar cada vez mais nesse pleito da incorporação e, por fim, conclamamos a todos interessados, principalmente os petroleiros e petroleiras de Cabiúnas, para participar dos próximos passos dessa difícil disputa afinal, não seremos conhecidos como aquela geração que, por receio ou indiferença, sentou no meio fio e apenas assistiu a banda da resistência passar.
Assim, como a resiliência de uma muda, cujas partes se unem para enfrentar intempéries de diversas naturezas e se transformar numa árvore e tornar nosso ambiente mais saudável, a nossa incorporação virá com a nossa força e união!
Afinal, unificar Cabiúnas é unificar a Transpetro, a Petrobrás e o Brasil!
Macaé, 09 de fevereiro de 2017.