Um ato público marcou na manhã de hoje, no Heliporto do Farol de São Thomé, o Dia Internacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho. Somente depois da tragédia da P-36, em 2001, 32 petroleiros morreram no local de trabalho na Bacia de Campos.
Durante os embarques para plataformas da Bacia de Campos, os diretores do Sindipetro-NF distribuíram boletim especial sobre segurança e camisas de cor laranja, indicadas para utilizar durante os voos. Os sindicalistas também falaram aos trabalhadores sobre a situação de insegurança no sistema Petrobrás.
O coordenador geral do sindicato, José Maria Rangel, destacou o momento de atenção dos trabalhadores em relação às mudanças nas áreas de Facilidades e Manutenção. O diretor sindical reafirmou que os petroleiros não aceitarão insegurança e redução do efetivo.
Os diretores da entidade reforçaram o convite para que os trabalhadores recentemente eleitos para as Cipas das plataformas participem, entre os próximos dias 18 e 20, do curso para cipistas, promovido pelo sindicato e que está com inscrições abertas.
“Se a gente souber aproveitar, temos uma grande oportunidade com as Cipas nas plataformas, uma antiga reivindicação nossa. Agora, o que temos que fazer é nos qualificar para essa atuação, preparando os cipistas para tratar da segurança sob o ponto de vista do trabalhador, não do patrão”, disse Rangel.
Outros pontos lembrados pelos sindicalistas foram os atrasos nas comunicações de acidentes, a insegurança nos voos, a demora para o início das obras do aeroporto do Farol de São Thomé, e a distância entre o discurso da empresa sobre a segurança e a realidade vivenciada pelos trabalhadores.
O Dia Internacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho foi criado em 2003 pela OIT (Organização Internacional do Trabalho). A data foi escolhida em razão de um acidente que matou 78 trabalhadores em uma mina no estado da Virgínia, nos Estados Unidos, em 1969.
No Brasil, o Anuário Estatístico da Previdência Social registrou 653.090 casos de acidentes de trabalho em 2007, 27,5% a mais em relação ao ano anterior, sendo 2.708 mortes e 8.504 casos de invalidez permanente. Os dados se referem apenas aos trabalhadores formais.
Também participaram do ato os diretores Valdick Souza, Wilson Reis, Vitor Carvalho e Gédson de Almeida.