Sindicato diz que insegurança continua na Bacia de Campos

Petroleiros da Bacia de Campos realizam hoje atos públicos nos embarques do Heliporto do Farol de São Thomé, em Campos, para marcar a passagem dos nove anos da tragédia da plataforma P-36. A explosão da unidade provocou a morte de 11 trabalhadores em 15 de março de 2001. De acordo com sindicalistas, os problemas com a segurança no trabalho no setor petróleo continuam.

Segundo o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), 32 trabalhadores morreram em acidentes de trabalho, somente na Bacia de Campos, após o acidente da P-36. Outros sete morreram em acidentes automobilísticos, no trajeto para o trabalho. Casos de infarto a bordo e até um desaparecimento também têm, para a entidade, relação com as condições estressantes da atividade.

Em todo o sistema Petrobras, no Brasil, 196 petroleiros morreram na última década.

“A Petrobras demonstra ter uma política de mascaramento dos acidentes, disse o presidente da Central Única dos Trabalhadores no Rio de Janeiro (CUT-RJ), Darby Igayara, ao comentar sobre o modo como muitos casos não são conhecidos pela sociedade.

O coordenador geral do Sindipetro-NF, José Maria Rangel, concorda: “a empresa tem muita propaganda, mas não faz uma política consistente de saúde e segurança dos trabalhadores. Temos problemas sérios com a redução do efetivo e com a terceirização”, afirmou.

Em um dos momentos mais emocionantes do ato público, foram citados nomes dos petroleiros mortos na P-36. Após cada citação, os participantes da manifestação gritaram a palavra “presente”, simbolizando a permanência dos colegas na memória de todos. Também foi respeitado um minuto de silêncio.

Para o sindicato, manifestações como esta têm a importância de chamar a atenção dos trabalhadores para que se mantenham vigilantes em relação à segurança. A entidade estimula os petroleiros a denunciarem todos os acidentes e todas as condições inseguras de trabalho.