Sindicato questiona forma de desembarque de petroleiro que teve caso confirmado de meningite

O Sindipetro-NF foi informado pela Petrobrás, em reunião da área de SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde), no último dia 18, que um caso de meningite bacteriana foi confirmado na plataforma P-52, na Bacia de Campos. O trabalhador, de uma empresa privada que presta serviço à companhia, foi desembarcado com suspeita de síndrome gripal, em 15 de junho, pelo aeroporto do Farol de São Thomé, em Campos dos Goytacazes, e teve o dignóstico para menigite confirmado no dia 17 de junho, após exames realizados no Hospital da Unimed do município.

O Sindipetro-NF apontou a preocupação com o fato de o desembarque do trabalhador ter sido realizado em um voo comum, junto a outros trabalhadores. De acordo com a Petrobrás, após a confirmação do diagnóstico, foi realizado o isolamento preventivo dos considerados como contactantes (pessoas do mesmo camarote e o profissional de saúde que atendeu o caso confirmado).

O sindicato questinou o procedimento de também desembarcar estes profissionais contactantes por voo comum, juntos a outros passageiros. De acordo com o setor médico da companhia, no então, não há risco de contágio.

“Ponderamos que não somos especialistas no assunto, mas que por mais certeza que os profissionais médicos tenham, é um desconforto para as outras pessoas da aeronave descer no mesmo espaço que pessoas suspeitas de doenças com maior gravidade”, relata o coordenador do Departamento de Saúde do Sindipetro-NF, Alexandre Vieira.

O sindicalista adiciona que “tudo o que os trabalhadores não querem de presente é a preocupação de uma possível contaminação aos seus familiares, que por mais improvável que seja, devido ao estado clínico (e com o uso de máscaras por parte dos suspeitos), gera uma intranquilidade nos trabalhadores que estarão na mesma aeronave e irão para suas casas e abraçar suas famílias”.

Para garantir um melhor ambiente de trabalho, o Sindipetro-NF informou à Petrobrás que entende que o melhor modelo de desembarque para casos de suspeitos ou confirmados de doenças infecto contagiosas, com gravidade para a saúde humana, devem ser por meio de voos exclusivos para esta finalidade.

“Sabemos que a segregação total desses passageiros pode acarretar o atraso de outros desembarque normais. Contudo é muito mais fácil explicar a primazia da precaução para com as pessoas do que os trabalhadores levarem a preocupação de uma eventual contaminação para a casa. Pois a Petrobrás é uma empresa grande demais para impactar os trabalhadores além do seu ambiente de trabalho”, avalia Vieira.

A empresa argumentou que há também a possibilidade de gerar uma maior preocupação dos trabalhadores que estão a bordo quando se faz um voo segregado para os suspeitos. Contudo, a entidade contra-argumentou que, na plataforma, os trabalhadores suspeitos já são isolados.

“O questionamento, na verdade, seria o de porque os que estavam isolados agora vão ficar próximos a outros no desembarque. Precisava ou não isolar esses suspeitos? Reiteramos a necessidade de continuidade do isolamento e o desembarque segregado”, defendeu o sindicalista.

A Petrobrás informou que notificou o caso à Anvisa do Rio de Janeiro, que é específica para esses casos. O Sindipetro-NF, por sua vez, acionou as entidades municipais de saúde de Campos dos Goytacazes, por meio da área de Saúde do Trabalhador (CERST) no Conselho Municipal de Saúde de Campos dos Goytacazes.

A entidade registra, ainda, o seu desejo de que o trabalhador, que mantém-se em internação hospitalar e estável, obtenha plena recuperação e se coloca à disposição dos seus familiares. O sindicato também solicita aos petroleiros e petroleiras da unidade que eventualmente tenham mais informações sobre o caso, que enviem relatos para [email protected].