Eventos que buscam medidas para garantir direitos e diminuir desigualdade social já estão gerando resultados
Imprensa da CUT/RJ – Sindicalistas do Rio de Janeiro desembarcam em Brasília, no próximo dia 29, para participarem de um dia de iniciativas em busca de direitos trabalhistas, ampliação de políticas públicas e outras demandas da classe trabalhadora.
Os eventos se iniciam pela manhã, às 11h, quando os trabalhadores de empresas estatais se reúnem para realizar um ato reivindicando a revogação da CGPAR 42, que estabelece diretrizes e parâmetros para as empresas estatais federais quanto aos seus regulamentos internos de pessoal e plano de cargos e salários.
A resolução CGPAR 42, assinada pelo ex-ministro da Economia do governo Bolsonaro, Paulo Guedes, prejudica a autonomia das estatais e retira uma série de direitos de quem trabalha no setor, como por exemplo a redução da participação das estatais no custeio dos planos de saúde. O modelo determina que a contribuição da empresa não poderá exceder a 50% da despesa. Sendo assim, a CGPAR 42/2022 faz com que empregados, em especial os aposentados, tenham que arcar com custos maiores, o que obviamente compromete a gestão financeira.
Nesse contexto, o presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, José Ferreira, ressalta a importância do ato contra a CGPAR 42 e na defesa dos direitos dos trabalhadores. “Essa luta no dia 29 é no sentido de garantir, por exemplo, a viabilidade da assistência de saúde aos trabalhadores de empresas públicas e estatais. Para isso, nós vamos somar às diversas categorias de profissionais, como petroleiros, marítimos, portuários, bancários e outras categorias que possuem essa luta contra a CGPAR 42”, aponta o dirigente.
“A GCPAR 42 retira direitos da classe trabalhadora que foram conquistados através da luta sindical. Não podemos admitir isso e a união das categorias de trabalhadores e trabalhadoras nesse momento é muito importante”, ressalta o presidente do Sindicato dos Portuários do Rio de Janeiro, Sergio Giannetto.
Após os sindicatos anunciarem essa agenda, uma reunião no Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, em Brasília, foi marcada para a próxima quinta-feira (23), para debater a CGPAR e acordo coletivo de trabalho. Mais tarde no mesmo dia, às 17h, no Plenário 1 do Anexo 2 da Câmara dos Deputados, será realizado o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Soberania Nacional, que também conta com a presença de sindicatos. O objetivo dessa iniciativa, presidida pelo Deputado Federal do PT/MG, Patrus Ananias, é mobilizar parlamentares, em conjunto com a sociedade brasileira, para ampliar o debate sobre a soberania e proteção do patrimônio nacional, política externa independente, desenvolvimento do país e retomada de políticas públicas.
“O Brasil está entre as 10 maiores economias do mundo, mas está também entre os países com maiores índices de desigualdade social. Uma das chaves para mudar a desigualdade é exatamente a soberania de recursos, energéticos, hídricos e outros. Por tanto, a luta junto a essa Frente Parlamentar está nesse contexto”, conclui o presidente do Bancários Rio.
Embora o momento seja de lutas e reivindicações, José Ferreira elogia a relação aberta estabelecida pela nova gestão do país. “A eleição do atual governo nos permitiu um ambiente maior de democracia e participação, ainda que seja uma frente ampla. A gente possui abertura ao diálogo, mesmo com as contradições, como a questão da CGPAR”, reitera. “Ficamos praticamente seis anos sem diálogo com o governo. Os trabalhadores e trabalhadoras só eram lembrados para a retirada de seus direitos. Agora a situação é positiva. Temos um governo em que somos ouvidos e considerados”, finaliza Giannetto.