O Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista – Sindipetro LP publicou uma nota em seu site declarando apoio ao diretor do Sindipetro NF, Alessandro Trindade, demitido de forma injusta pela Petrobras.
Confira a nota na integra:
O Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista, através da sua diretoria, vem a público repudiar a demissão arbitrária do diretor do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), Alessandro Trindade, por ter distribuído cestas básicas no Campo dos Refugiados, que fica em um terreno em desuso da empresa, em Itaguaí.
A atual gestão da Petrobrás tem se esmerado em promover atrocidades contra a força de trabalho e há tempos está em um processo de “caça às bruxas”. Dezenas de punições e perseguições estão ocorrendo em todas as unidades da empresa. Os dirigentes sindicais têm sido o alvo “predileto” dos gestores e isso deve ser visto como ataque à própria instituição sindical e evidencia a retaliação contra as lideranças na base.
Para justificar a medida, a alta cúpula se apoiou numa interpretação conveniente do Código de Conduta da Petrobrás e alega que houve “prática de não conformidade” na forma de “apoio à invasão de terreno de propriedade da Petrobrás”.
A penalização foi orquestrada sob o argumento de que o dirigente faz parte da organização daquela ocupação, quando na verdade ele encabeça o projeto Petroleiros Solidários, que distribui cestas básicas para famílias carentes e conta com apoio dos trabalhadores da Petrobrás.
De acordo com o relato do trabalhador, no dia 1º de maio os vizinhos do bairro onde ele mora pediram ajuda para às famílias necessitadas que estão na ocupação do Campo dos Refugiados. Trindade entrou em contato com a diretoria do Sindipetro/NF e de pronto tomou a atividade como tarefa do movimento sindical. Ele compareceu ao local levando alimentos como havia sido incumbido pela direção do Sindicato.
Para nós, do Sindipetro-LP, a demissão do representante dos trabalhadores deve ser vista como mais uma medida autoritária da alta cúpula da companhia, cada vez mais alinhada aos princípios antidemocráticos do governo neofascista de Jair Bolsonaro.
O governo Bolsonaro, a reforma trabalhista que afetou as ações na justiça do Trabalho e a tentativa de retirar a representatividade dos sindicatos vêm aumentando o poder de fogo dos gestores da Petrobrás que usam de qualquer subterfúgio, inclusive a pandemia, para aumentar a pressão e criar um clima de medo entre os empregados.
Nós, petroleiros, temos diante de nós uma enorme e dura batalha: a defesa de nossos direitos e da Petrobrás como empresa pública a serviço do Brasil. E para vencer precisaremos lutar. E para lutar será necessário enfrentar um governo não só entreguista, mas também autoritário e inimigo da classe trabalhadora. Além disso, temos certeza que a única saída é a organização da categoria para reverter estas punições e desmandos orquestrados pela gestão bolsonarista da Petrobrás.
Além de nossa solidariedade ao trabalhador, nos somamos ao Sindipetro Norte Fluminense na exigência de sua imediata readmissão e nos colocamos à disposição para construir atos unificados em sua defesa.