Desde 31 de março tem aumentado o número de relatos de problemas de embarque e desembarque dos trabalhadores na Bacia de Campos. As denúncias ao sindicato chegam por todos os canais diariamente. O diretor do Departamento de Saúde, Alexandre Vieira, apurou com a Petrobrás que houve uma redução de 40% das aeronaves que atendem à empresa no heliporto do Farol de São Tomé e a situação é semelhante nos outros aeroportos da região.
“A média de transportes por dia gira em torno de 2200 pessoas em toda a Petrobras, sendo 1100 pessoas embarcando e o mesmo contingente, 1100, desembarcando diariamente. Lembramos que essas pessoas que aguardam o desembarque são as mais impactadas porque passam a ter seu descanso afetado” – explica Alexandre.
Para tentar solucionar o problema, os sindicatos petroleiros do Norte Fluminense, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Litoral Paulista realizaram uma setorial conjunta com a categoria e se reuniram com a Petrobras. Nesta reunião foram feitas várias solicitações, sendo duas delas mais imediatas e de fácil solução, que era o pagamento de todas as HE (horas extras) geradas por conta do atraso de voos ser feito no próximo contracheque, já que os trabalhadores por necessidade de continuidade operacional e urgência da companhia trabalham no período que seria sua folga, assim como o pagamento das passagens para quem não mora na região, quando acontecer o atraso no voo.
Na manhã da última quarta, 5 de abril, o Coordenador do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra, participou de uma reunião com o Gerente Geral da Petrobras, mas não recebeu nenhum prazo concreto para solução das solicitações. A situação é crítica porque a companhia alega não ter aeronaves. Está prevista para junho a entrega de sete novas aeronaves, mas não é possível dimensionar se elas serão suficientes para resolver o problema.
“Ter aeronave mas não ter peça de reposição pode não resolver o problema. Algumas aeronaves não podem voar porque é preciso a troca de um determinado componente. Na aviação, as peças são em sua grande maioria trocadas pelo número de horas de uso. Se a aeronave tem um determinado número de horas tem de trocar componentes e não voam sem essa troca” – explica Alexandre.
A diretoria do Sindipetro-NF tem buscado a solução através do diálogo, entretanto alerta que a categoria está extremamente insatisfeita com a situação e aguarda uma solução imediata. Essa situação tem tido forte impacto na saúde mental da categoria petroleira, com consequente aumento do risco de acidentes a bordo. Os custos para pagamento de horas extras é bem menos do que os gastos com equipes de contingência em caso de greve.
“As solicitações do sindicato são muito mais baratas do que as consequências de uma mobilização nossa. Em greves anteriores, tivemos acesso a dados que a Petrobras estava gastando 8 milhões por dia para manter as contingências e isso, se considerarmos que por exemplo a empresa gastasse 6 mil reais com HE e passagens de todos os trabalhadores que estão embarcados, ainda assim seria mais barato para a Petrobras, pois nesses 8 milhões não estão incluídos as perdas de produção, só as equipes de contingência. O valor que a empresa vai precisar gastar, obviamente será menor que esse, pois não são todos os trabalhadores entre próprios e terceiros que moram distantes necessitando de transporte” – explica Alexandre.
Aos trabalhadores com problemas em embarques e desembarques o NF orienta que entrem em contato com o sindicato através dos telefones das sedes, pelo celular 22 98115-1126 do diretor Alexandre ou e-mail [email protected], que a diretoria irá buscar acionar os responsáveis pela resolução do problema e os esclarecimentos necessários.
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