Sindipetro-NF impede embarque de 18 petroleiros para plataforma com surto de Covid-19

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no whatsapp

Diretores do Sindipetro-NF estiveram no início da manhã de hoje no hotel Ramada, em Campos dos Goytacazes, em ação sindical para impedir, por meio de convencimento e conscientização, o embarque de petroleiros para a plataforma P-54, na Bacia de Campos. A unidade passa por um surto de covid-19, não teve a desinfecção necessária e, ainda assim, a Petrobrás queria embarcar 18 trabalhadores.

Ontem, a entidade enviou e-mail à gestão da companhia para cobrar o atendimento às recomendações do Ministério Público do Trabalho (MPT), de retirada de todo o pessoal a bordo que esteja com suspeita de covid-19, ou não seja essencial à habitabilidade e segurança, e desinfecção em caso de confirmações. De acordo com o coordenador do Departamento de Saúde do sindicato, Alexandre Vieira, a Petrobrás não tomou essas providências.

A P-54 teve 22 casos confirmados de covid-19 nos últimos dias, de trabalhadores que já desembarcaram. Atualmente, 31 petroleiros continuam a bordo aguardando desembarque — destes 8 testaram positivo para a doença.

“Ontem nós avisamos à Petrobrás que, se quisessem embarcar alguém, teriam que negociar com o sindicato para mostrar que os trabalhadores não estariam indo apenas para manter a produção, ou a vontade de algum gerente, que estariam indo para fazer alguma atividade essencial para a segurança e a habitabilidade”, explica o coordenador geral do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra.

O coordenador geral da entidade adverte ainda que “é um crime, previsto no Código Penal, expor uma pessoa a uma situação de risco e nós vamos atrás de criminalizar, quem quer que seja, por esse crime cometido contra a saúde individual e coletiva desses trabalhadores”.

A ação do Sindipetro-NF no hotel Ramada também contou a atuação do diretor Gustavo Morete, que destacou a gravidade do descumprimento das recomendações do MPT. “A gestão da Petrobrás não cumpriu alguns passos determinados pelas recomendações do Ministério Público do Trabalho e por isso suspendemos o embarque dos trabalhadores no ônibus que os levaria para o aeroporto. Estamos aqui lutando pela vida”, afirma.

O sindicato mantém a orientação para que os petroleiros e petroleiras enviem relatos sobre as condições de saúde e segurança nos locais de trabalho, para o e-mail [email protected]. A identidade do denunciante é preservada pelo sindicato.

 

[Foto e vídeo: Luciana Fonseca / Imprensa do NF]