Sindipetro-NF não assinará relatório de P-20

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o Sindipetro-NF protocolou hoje, 28, um ofício ao Gerente SMS UO-BC, Alex Murteira, onde informa que não assinará o relatório final da Comissão de Análise das Causas do Incêndio ocorrido em P-20 no dia 26 de dezembro de 2013.

Entre os motivos que levam o sindicato a discordar do relatório é que todas as recomendações apresentadas pelo sindipetro-NF tem apenas caráter avaliativo e não obrigatório, como desejam os trabalhadores.

Veja os pontos abaixo:

•O Sistema de Combate a Incêndio não partiu no início e durante o sinistro e as bombas de incêndio dependeram de partida manual. Não ficou claro o porquê das mesmas estarem no manual e não no automático. 
O sindicato entende necessário e mandatório que se verifique toda lógica de programação do sistema e ocorra a manutenção das ADV´s e das Bombas de Incêndio, e revisão de toda malha de combate. Lembrando que a ADV da Zona 503 foi a única que atuou pelo automatismo, as demais foram manualmente.

•Para o sindicato há erro no tipo de detecção e combate da Unidade Química. O combate é feito com água quando deveria ser com espuma e não há detecção de fogo (UVIR).

•As brigadas de incêndio agiram por instinto, mas sem comando, sem orientação e, mais grave, com trabalhadores sem treinamento que foram atuar como brigadista. 
Outro ponto de grande importância para o sindicato é o efetivo das brigadas que, como ficou demonstrado, é inferior ao que a boa pratica recomenda. No entanto, o relatório não se compromete em rediscutir filosofia da brigada de incêndio, quanto a sua lógica de funcionamento e quantitativo. O relatório pede vagamente para que seja avaliado, e isso não atende a importância da deficiência.

•A falta de efetivo, que já é apontada nas brigadas, se mostra grave e incoerente com o tamanho do processo operacional.  No dia do acidente, haviam apenas cinco operadores, entre os quais o Turboman, responsáveis por todo o processo de produção da Unidade. Além do próprio processo haviam oitenta PT´s planejadas, sendo atendidas aproximadamente dezenove. Isso sobrecarrega o operador, pois tem que avaliar se vai ou não liberar cada serviço, emitir, liberar a área, acompanhar o serviço e ao mesmo tempo operar o processo. Não há no relatório nenhum comprometimento em mudar essa sistemática.

•A Gestão de Mudança na unidade está sem rastreabilidade em várias situações. Várias obras ocorreram sem que haja histórico de suas execuções.

•A rotatividade dos técnicos de segurança causa prejuízo para a política de SMS da unidade, já que os profissionais mesmo sendo experiente na função, não conhecem a Unidade na sua integra. Prejudicando um combate eficiente.

•Nesse acidente constatamos que os pisos grades de fibra de vidro viraram pó diante do fogo. O sindicato entende necessário proibir o uso desse material.

•O uso de dois navios FIRE FIGHTERS no combate a incêndio deveria ser combinado com a retirada dos brigadistas para previnir acidentes? Esse questionamento do sindicato ficou sem resposta na comissão.

•O convés de produção, em especial a área conhecida como “Av. Brasil” no piso 300, se transformou em área oficial para estoque de produtos químicos. Além disso, a grande quantidade de objetos, sucatas espalhados na unidade prejudicou a atuação da brigada de incêndio.

Os pontos apontados pelo sindicato estão todos relacionados à gestão da Plataforma P-20 e no no entendimento do  Diretor Valdick Oliveira, que participou da comissão, “ficou claro que o acidente é fruto de sucessivos erros de gestões que investem no produzir a qualquer custo em detrimento da segurança e da saúde do trabalhador”.