Há quatro meses, a gestão da UTGCAB aluga dois compressores de ar a diesel da Atlas Copco, para manter da unidade em funcionamento. Todas as válvulas são acionadas por ar comprimido. Esse sistema é essencial para a operação do terminal.
Os gastos com combustível e aluguel dos equipamentos chegam a mais de meio milhão de reais por mês, segundo o NF apurou.
Na unidade já existem compressores de ar elétricos próprios que estão instalados, mas encontram-se com problemas. Para reparar esse equipamentos a empresa gastaria uma pequena fração do que gasta com os alugados, mas alega falta de peças. Os trabalhadores consideram esses compressores eficientes.
Além disso, através das passagens de serviço da Utilidade e do Processamento foram verificadas que as quedas do sistema continuam por causa do sistema provisório de ar comprimido, trazendo no mínimo instabilidade operacional.
O que está por trás desse contrato, já que não se conserta o que tem e aluga esses equipamentos de uma empresa privada? “Infelizmente esta situação não afeta somente negativamente a parte financeira da empresa, a saúde dos trabalhadores e do meio ambiente está incluso no pacote de mazelas da denúncia” – afirma o diretor Cláudio Nunes.
Dois vazamentos
Além do alto custo, os compressores alugados produzem muito ruído. Os técnicos operacionais de manutenção, próprios e terceirizados, tem reclamado ao NF sobre o aumento do ruído na área operacional, onde estão estes compressores alugados. Eles chegaram a cobrar a medição pelo SMS, mas dizem que até hoje não foram informados via Diálogo Diário de SMS (DDSMS) se foi realizada, o que foi constatado e se há revisão de medidas de proteção.
Em menos de um mês já aconteceram dois vazamentos de óleo diesel. O primeiro ocorreu no dia 29 de dezembro, quando foi solicitada inclusive a troca da brita que fica embaixo dos compressores.
Segundo os trabalhadores, a empresa reaproveitou quatro tanques de cloro com capacidade de 1 mil litros, para óleo diesel.
Eles denunciam que o abastecimento desses tanques é feito de forma precária. O trabalhador precisa segurar a mangueira durante toda a operação, já que elas não são adequadas. Também não há gatilho de desarme e nem proteção estática na mangueira. Isso tem provocado vazamentos na brita e por consequência no solo, além de exposição desnecessária dos trabalhadores, que ficam mais de duas horas inalando vapor do diesel, se o tanque estiver em 50%.
O segundo vazamento ocorreu hoje, 5 de janeiro. Às 9h30, durante o abastecimento de diesel para o compressor de ar em Cabiúnas, houve rompimento de uma junta do flange da descarga da bomba do caminhão de abastecimento da BR distribuidora. Aproximadamente 20 litros de diesel vazaram na rua ao lado da unidade.
O Sindipetro-NF faz dois questionamentos à gestão. Primeiro, por que não realiza os reparos necessários nos equipamentos com problemas? E segundo por que não compra novos, caso os existentes não tenham solução?
Situação atinge outras unidades
Este problema não é restrito a UTGCAB ou a uma base de terra. Existem relatos semelhantes nas plataformas da UO-BC , como também levantamento de suspeitas de corrupção e problemas de segurança operacional (trabalhadores e equipamentos), com a mesma empresa. No manifesto da P-63 publicado no site do Sindipetro-NF no dia 15 de junho do ano passado os trabalhadores relataram a mesma situação.
O NF solicita à categoria que encaminhem denúncias ao sindicato, caso em sua unidade esteja ocorrendo a mesma situação para o e-mail [email protected].
Além disso, o Sindicato cobra a participação de representantes da UTGCAB nas reuniões de SMS local, onde situações como essa poderiam ser resolvidas. A empresa não participa desde o segundo semestre de 2016 e para o NF isso é um desrespeito e uma falta de compromisso com a saúde e segurança dos seus trabalhadores.