Terceirização: professores apontam necessidade de construir pauta de reivindicações e bandeiras de luta conjuntas

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A terceirização e a precarização das relações de trabalho foram debatidos na última mesa de debates do segundo dia do 11º Congresso Regional dos Petroleiros, que contou com a participação da professora da UFF, Paula Sirelli, e do professor doutorando da UFBA, Luís Augusto Lopes.

O professor Luís Augusto Lopes explicou o processo de precarização das relações de trabalho durante o passar dos anos. Mostrou que a terceirização surgiu antes da Revolução Industrial e que sofreu uma redução com a criação das fábricas, onde todos eram primeirizados. Após a segunda guerra mundial, em especial na década de 70 com as diversas crises do capitalismo, a flexibilização de direitos surgiu com toda força.

E na Petrobras a terceirização se intensificou na década de 80. Ao relatar as cláusulas dos contratos entre a Cia e as contratadas, Lopes, comentou que neles em alguns casos até o comportamento profissional que o trabalhador deve ter está descrito nos mínimos detalhes, enquanto isso, os benefícios como alojamento e alimentação são descritos apenas com “de qualidade”.

Os dois professores apontam como objetivo do capital com a terceirização, o enfraquecimento das organizações dos trabalhadores e o descarte de direitos trabalhistas.

A professora Paula Sirelli, em sua tese de doutorado que está em desenvolvimento, entrevistou trabalhadores primeirizados e terceirizados da Petrobras. Na maioria das falas dos entrevistados percebeu a diferenciação de forma gritante, mas na prática, isso não acontece.

Sirelli detectou que a terceirização alcançou seu objetivo ao estabelecer essa diferenciação na categoria. Algumas “armadilhas” são o uso do nome “petroleiro” e a rivalidade diária. Como conseqüências dessa divisão está o reforço do preconceito,  da luta “intraclasse”, da sindicalização em sindicatos diferentes e a dificuldade de unificar demandas e bandeiras de luta.

“É necessário construir laços, pauta de reivindicações coletivas e bandeiras de luta conjuntas” – explica a professora, que aponta como desafios para o movimento sindical a necessidade de reafirmar seu papel político e resgatar a consciência de classe.