Em 2024, o Grito dos Excluídos e Excluídas completa trinta anos. Com três décadas de história e resistência a partir de manifestações populares carregadas de simbolismo, a mobilização já tem debatido, para esse ano, as ações e objetivos que serão estabelecidos para promover a conscientização e a luta por justiça social e climática nos territórios brasileiros.
“O Papa Francisco tem sido um grande militante nesse aspecto, chamando a atenção da sociedade e das lideranças mundiais para a questão climática e do meio ambiente. Porém, na prática, vemos o interesse privado e capitalista prevalecer. Seja os grandes investidores ou os grandes empreendimentos, nem sempre favorecem a preservação da vida”, avalia Jair Gomes, membro da Comissão Organizadora do Grito dos Excluídos e Excluídas de Belo Horizonte.
As marchas do Grito dos Excluídos acontecem tradicionalmente no dia 7 de setembro, em diversas cidades do país, em paralelo ao desfile da Independência.
História
O primeiro Grito dos Excluídos e Excluídas foi realizado em 7 de setembro de 1995, tendo como lema “A vida em primeiro lugar”, e aconteceu em 170 localidades. Em Aparecida, São Paulo, aconteceu junto à Romaria dos Trabalhadores e Trabalhadoras, parceria que continua até hoje.
Em 1993, em Montes Claros (MG), já havia acontecido o “Clamor dos Sem Teto”, encontro posteriormente identificado como precursor do Grito dos Excluídos. A mobilização ocorreu após visitas às ocupações urbanas durante a Campanha da Fraternidade daquele ano.
O tema era “Onde Moras?” e, como tudo ocorreu próximo ao 7 de setembro, foi realizada uma parada cívica durante o desfile oficial. As famílias organizadas, os jovens e todos os simpatizantes àquela causa tomaram as ruas, com cartazes que manifestavam a indignação com a situação dos moradores das favelas de Montes Claros.
Fonte: BdF Minas Gerais