Trabalhador terceirizado morre em acidente nas obras de construção da Refinaria Abreu e Lima

Mesmo com todas as denúncias da FUP e de seus sindicatos sobre a insegurança no Sistema Petrobrás, a precarização das condições de trabalho continua fazendo vítimas na empresa. No sábado (04/09), mais um trabalhador terceirizado perdeu a vida em um acidente durante as obras de construção da Refinaria Abreu e Lima, no Complexo Industrial de Suape, em Pernambuco. Milton José da Silva, 51 anos, era eletricista da empresa DVS Manutenção e Instalações Elétricas, que prestava serviços para a Petrobrás nas obras da Refinaria. O acidente ocorreu durante a manutenção de uma rede elétrica de alta tensão. O eletricista sofreu uma descarga elétrica violenta e caiu de uma altura de 12 metros. Ele ainda foi socorrido, mas chegou sem vida ao hospital.

O Sindipetro-PE/PB participará da comissão que irá apurar as causas do acidente. Durante o velório do eletricista, na cidade de Amaraji, Zona Canavieira de Pernambuco, os representantes do sindicato e da FUP prestaram solidariedade à sua família, ressaltando a luta da categoria por condições seguras de trabalho. Este foi o quarto acidente fatal ocorrido este ano no Sistema Petrobrás, dos quais três foram com trabalhadores terceirizados. Desde 1995, foram 284 mortes por acidentes de trabalho na empresa, sendo que 229 com prestadores de serviço.
No mesmo dia em que ocorreu mais este acidente fatal na Petrobrás, o Sindipetro-NF recebeu novas denúncias dos trabalhadores das plataformas da Bacia de Campos revelando a insegurança diária a que estão expostos. Segundo informações recebidas pelo sindicato, houve um princípio de incêndio na P-27, por volta das 16 horas do dia 04. Os petroleiros da plataforma relataram que estava sendo realizada uma soldagem no convés superior, quando uma centelha caiu e  iniciou o incêndio nos filtros do motor. A atuação da brigada foi muito rápida e conseguiu controlar o incêndio.

Há décadas, a FUP e seus sindicatos denunciam a situação precária de segurança nas unidades da Petrobrás e nas empresas prestadoras de serviço, cobrando mudanças estruturais nas políticas de SMS e de terceirização. Os gestores da empresa, no entanto, continuam resistentes aos alertas e reivindicações da categoria, priorizando sempre o lucro e a produção, em detrimento da saúde e da vida dos trabalhadores. A política de terceirização, baseada no menor preço dos contratos, é parte deste modelo equivocado de gestão, pois aprofunda a precarização das condições de trabalho e segurança. Daí a importância de se garantir um mecanismo que proteja os direitos dos trabalhadores contratados, como tem insistido a FUP nesta campanha salarial.