A falta de reuniões da Comissão Estadual do Benzeno do Rio de Janeiro foi um dos assuntos tratados durante reunião das bancadas de trabalhadores no Seminário 20 anos do Acordo Nacional do Benzeno, realizado em Brasília, nos últimos dias 3 e 4.
De acordo com o coordenador da bancada dos trabalhadores na comissão do Rio, Claudio Nunes, diretor do Sindipetro-NF, as reuniões ocorriam normalmente, “com um calendário excelente, e desandou com uma mudança da coordenação da estadual pelo superintendente da SRTE-RJ [Superintendência Regional do Trabalho e Emprego] repentina e sem justificativa”.
A instância nacional foi informada de que a bancada estadual dos trabalhadores do Rio vai se reunir, em janeiro, para discutir a formalização do pedido ao SRTE-RJ para que troque a coordenação da Comissão Estadual e promova o retorno das reuniões. Outra alternativa é a de que o Ministério do Trabalho e Emprego interfira no órgão no Rio para resolver a questão.
Vinte anos do acordo
O Seminário traçou uma panorâmica dos 20 anos da criação do Acordo do Benzeno, por meio de um levantamento sobre o que avançou na legislação sobre o assunto desde então. “Foi destacado que o Brasil é um dos países com maiores avanços na legislação em relação ao controle de exposição ao Benzeno, porém as empresas ainda insistem em não segui-las”, explica Nunes.
O evento também discutiu as tentativas de avançar na criação de uma portaria para combater a exposição excessiva nos postos de gasolina. Nesta área, a Petrobrás tem criado obstáculos para conter avanços para os trabalhadores.
Outro ponto em destaque foi a mudança do indicador biológico de exposição, que enfrenta grande resistência das empresas.
“Se concluiu que o Acordo Nacional de Benzeno que foi um marco na preservação da saúde dos trabalhadores, porém avanços são necessários e a irresponsabilidade da bancada das empresas está levando a bancada do governo, no caso o MTE, a tomar a posição de decidir”, afirma o sindicalista.
Dois diretores do Sindipetro-NF participaram do evento. Além de Cláudio Nunes, como coordenador estadual da comissão, representou a entidade o diretor Alessandro Trindade.
[Trabalhadores condenam papel da Petrobrás na política do Benzeno]