A reforma trabalhista está atingindo em cheio os trabalhadores da hotelaria que atuam nas plataformas da UO-Rio. O Sindipetro-NF recebeu denúncia que com o término de um contrato e início de outro, quase todos os trabalhadores, entre eles comissários, taifeiros, saloneiros e recepcionistas, foram mantidos em seus postos de trabalho.
O problema é que nessa transição, muitos tiveram que embarcar pela nova empresa sem ter acesso ao cálculo da rescisão e alguns com o aviso prévio a resolver. Outra situação grave foi que a carteira foi assinada com data de 15 dias depois do primeiro embarque, ou seja, os primeiros 15 dias de trabalho foram de graça para a nova empresa. Para agravar ainda mais, segundo denúncia, o novo contrato foi assinado com salário menor e sem nenhum adicional pelo trabalho confinado e perigoso e sem nenhum benefício como plano de saúde.
“Sabemos que muitos desses trabalhadores acreditaram nas promessas dos governos Temer e Bolsonaro, nós tentamos avisar que as pretendidas reformas eram na verdade novas formas de escravizar o povo. E essa nova política implementada no país contaminou a Petrobras. Que antes dos usurpadores, exigia contratualmente plano de saúde para os trabalhadores, mas hoje os deixa conforme denúncia, embarcar 15 dias sem a carteira de trabalho ter sido assinada” – afirma o diretor do Sindipetro-NF, Alexandre Vieira.
Os trabalhadores da nova empresa também reclamaram da forma como tiveram que assinar o contrato de trabalho. Segundo relatos, a assinatura aconteceu individualmente, no aeroporto, faltando 15 minutos para o embarque, com o preposto apresentando apenas uma folha do contrato onde apareciam só seis cláusulas. “O mal imposto aos trabalhadores, ainda guarda alguns requintes de crueldade” – comentou Vieira sobre essa atitude da empresa.
Para o Sindipetro-NF, a nova empresa precarizou o contrato dos trabalhadores com base na reforma trabalhista e aproveitou do medo do desemprego para fazer com que aceitassem essas novas condições. Por outro lado, esses profissionais se mostraram indignados com o que vem acontecendo com eles e buscaram o NF para intervir junto à Petrobrás.
Vieira afirma que “apesar desses trabalhadores não serem representados pelo Sindipetro-NF, eles sabem que estamos sempre na defesa do trabalhador. E muitas vezes somos a única voz para mostrar as maldades vem acontecendo com eles, por isso buscaram o NF para intervir junto à Petrobrás”.
A diretoria do sindicato está questionando a Petrobrás para verificar o que pode ser feito tanto em relação ao problema da rescisão, quanto ao novo contrato.