Os trabalhadores das empresas SLB, Halliburton, Expro e Baker Hughes rejeitaram de forma contundente em assembleias as propostas apresentadas pelas empresas para os Acordos Coletivos de Trabalho 2025/2026. As propostas ficaram abaixo da inflação e não contemplam as perdas salariais acumuladas nos últimos anos, evidenciando o descaso das grandes empresas do setor com seus próprios trabalhadores — responsáveis diretos por gerar os lucros bilionários divulgados em seus balanços.
A decisão coletiva de rejeição foi comunicada formalmente às empresas, que agora têm até o dia 28 de julho de 2025 para retornar com as mesas de negociação com propostas condizentes com a realidade do setor e com as reivindicações legítimas das categorias.
Lucros bilionários, salários achatados
Apesar do cenário internacional de oscilação do barril de petróleo, todas as empresas apresentaram resultados financeiros expressivos:
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A Halliburton fechou 2024 com lucro líquido de US$ 2,5 bilhões e o maior fluxo de caixa livre de sua história — US$ 2,6 bilhões, distribuindo mais de US$ 600 milhões em dividendos aos acionistas.
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A Baker Hughes registrou em 2024 o maior lucro líquido de sua história: mais de US$ 3 bilhões.
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A Expro voltou a registrar lucro em 2024 e cresceu 13% em receitas, fechando o ano com US$ 51,9 milhões de lucro.
Mesmo com esse desempenho e contratos milionários com a Petrobrás (somente a Baker tem 103 contratos ativos, que somam R$ 15,5 bilhões), as empresas insistem em propostas com reajustes inferiores ao INPC, o que representa perdas reais para os trabalhadores em praticamente todos os benefícios econômicos.
Propostas rebaixadas e perdas acumuladas
Abaixo, alguns exemplos dos impactos das propostas apresentadas:
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SLB: ofereceu apenas 3% de reajuste e nenhuma correção no piso salarial, resultando em perdas reais superiores a 5%.
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Halliburton: entre 2020 e 2024, os trabalhadores acumularam perdas reais de até 9% em itens como auxílio escolar e creche.
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Expro: o reajuste aplicado entre 2021 e 2024 foi inferior à inflação, acumulando perdas reais de 3% no piso e de mais de 6% no ticket alimentação.
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Baker Hughes: benefícios como auxílio-creche, TR e cesta de Natal acumulam perdas de até 8%.
Respeito e valorização: é o mínimo!
“É inaceitável que empresas que celebram lucros recordes e ampliam seus contratos com a Petrobrás tentem impor reajustes abaixo da inflação, desconsiderando o custo de vida e as perdas históricas dos trabalhadores” – afirma a diretora do NF, Jancileide Morgado.
O sindicato reafirma que os trabalhadores estão mobilizados e dispostos a lutar por valorização real. Se as empresas insistirem em propostas rebaixadas, não está descartada a intensificação da mobilização nas bases.
O Coordenador do Departamento do Setor Privado, Eider Siqueira, reafirma que o Sindipetro-NF segue firme na defesa de um acordo justo. “As empresas têm até 28 de julho para apresentar novas propostas. Respeito passa por valorização!” – concluiu Siqueira.