Trabalhadores das bases administrativas da Petrobrás no Norte Fluminense entram em Estado de Greve pelo Teletrabalho

Os trabalhadores das bases administrativas da Petrobrás no Norte Fluminense  aprovaram por unanimidade em assembleias de 28 a 30 de janeiro o estado de greve e a manutenção do estado de assembleia permanente. O estado de greve significa que o trabalhador pode paralisar as atividades sem a necessidade que sejam convocadas  novas assembleias pela FUP e sindicatos.

O movimento iniciado no dia 14 de janeiro é uma resposta às ações da gestão de Magda Chambriard, que está implementando mudanças arbitrárias no regime de teletrabalho, sem diálogo com os representantes dos trabalhadores. Até janeiro desse ano, o regime híbrido de trabalho — que previa home office de três dias na semana — foi alterado para dois dias na semana a partir de abril. A mudança no regime impõe a gerentes e funcionários a necessidade de trabalhar três dias presencialmente.
O Sindipetro-NF também irá organizar a realização de mobilizações “pipocas” em defesa do teletrabalho, reforçando que as regras do teletrabalho sejam discutidas em negociações coletivas com os sindicatos, assegurando o respeito aos direitos dos trabalhadores e a inclusão do tema como cláusula do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
Motivações do movimento
A mobilização ocorre devido à falta de avanços da empresa em atender às demandas da categoria, que pede mais transparência e diálogo sobre as condições do teletrabalho. Após o sucesso dos atos realizados em 14 de janeiro, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) deliberou pela intensificação das ações, com foco na defesa de direitos e na garantia de condições de trabalho justas.

O sindicato destaca que a manutenção do teletrabalho é uma demanda legítima da categoria, especialmente diante das mudanças nas dinâmicas de trabalho impulsionadas pela pandemia. “Queremos diálogo e respeito aos trabalhadores. Não aceitaremos imposições que precarizem as condições de trabalho”, reforça a direção do Sindipetro-NF.

 

A FUP se posiciona contra essa mudança determinada unilateralmente e argumenta que as regras de teletrabalho precisam ser adaptadas às atividades específicas de cada trabalhador. A Federação acredita que há funções que podem ser realizadas integralmente de forma remota, enquanto outras exigem presença física.

 

“A Federação propõe que a quantidade de dias de trabalho remoto e presencial seja avaliada de forma mensal e não semanal, oferecendo mais flexibilidade para atender às necessidades dos trabalhadores e da empresa. Para isso, a criação de um comitê em cada unidade para analisar individualmente cada caso é uma das sugestões”, explica Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP.