Trabalhadores de P-38 encaminham Manifesto ao Sindipetro-NF

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Os trabalhadores de P-38 reunidos em assembleia redigiram e encaminharam ao Sindipetro-NF um manifesto onde reivindicam o retorno do acesso à internet e que as horas extras sejam negociadas de acordo com as prerrogativas do empregado. Leia a íntegra abaixo:

ATA DE ASSEMBLÉIA EM P-38

“A LEI DA NECESSIDADE
 O discurso politicamente correto aplicado tanto ao seu público interno quanto ao externo deixou de ser somente um modismo e passou a ser um fato concreto aplicado no mundo corporativo; só que agora, após uma breve cirurgia plástica traz um nome que por si só, já se impõe com um peso moral absurdo quando pronunciado: Responsabilidade Social. Em face do vínculo genético com o estado brasileiro –entenda-se aqui, com o povo brasileiro- as empresas estatais pelo princípio ético que as regem devem ser espelhos de conduta e práticas administrativas, e assim sendo, deveriam dispensar a publicidade enganosa tão comum no mercado brasileiro.
 É comum as campanhas publicitárias internas enfatizarem que o maior patrimônio da Petrobrás é sua mão de obra ou força de trabalho. Idéia, inclusive, levada ao universo externo quando se apregoa na mídia paga as pesquisas que apontam a Petrobrás como a melhor empresa prá se trabalhar e concomitantemente a empresa mais desejada pelos jovens que entram no mercado de trabalho anualmente, ou seja, a Petrobrás faz veladamente a publicidade de quem está ciente e encampou o compromisso com a mais nova debutante do mercado: a Sta. Responsabilidade Social, será?
 Ora, não vamos aqui dar arrancos de cachorro atropelado a implorar: _ socorro, socorro, socorro tenham piedade desses pobres desvalidos e injustiçados prisioneiros de plataformas! Sabemos que não podemos carregar o telefone celular com GPS e acesso a internet para o trabalho, ou o tablet, notebook ou qualquer instrumento de comunicação moderno. Sabemos também, que não podemos ir prá casa ao final do dia jantar com a família ou participar de qualquer atividade solidária social que seja. Embora a Petrobrás não o diga em suas campanhas publicitárias, mas, nós empregados do sistema offshore temos ciência das nossas responsabilidades e dificuldades em trabalhar numa indústria de alto risco, ou seja, prá nós o que reza é A Lei da Necessidade. Sabemos perfeitamente que empresa estatal não é a casa materna que nos acolhe com afagos e a mesa farta dos pratos e sobremesas que mais adorávamos na adolescência. Porém, a empresa também o sabe, assim como, também sabe de suas responsabilidades, e, ao nos colocar confinados em suas instalações há uma série de itens relativos à saúde, segurança, transporte, comunicação e lazer que devem ser oferecidos por ela Petrobrás concomitante as ferramentas e equipamentos para que exerçamos a nossa profissão.
 Com efeito, tanto sabe que se cerca de um corpo pensante a que tudo ouve, vê, sente e normatiza, às vezes até, indo muito mais além do que as normas vigentes do Estado, tanto nas questões técnicas de suas atividades fins quanto nas questões sociais, seja para a mão de obra primeira quanto para a terceirizada. E ao normatizar em seus padrões ditos corporativos cabe-nos cumprir, porque se é corporativo por princípio ético é equânime, e, não deve dentro do seu sistema provocar privilégios e ou exclusões. O ACESSO A INTERNET, ferramenta que nos foi restringida, em pleno ano de 2013 da era moderna não é uma regalia, embora possa haver excesso por algum usuário, mas um instrumento de comunicação necessário em face do alto nível do corpo técnico que compõe o quatro de funcionários da empresa. Ao contrário do que muitos alegam; estar confinados não quer dizer estar prisioneiros. Foi trabalhando em regime de confinamento que muitos voltaram aos bancos de escolas e obtiveram conclusão de seus estudos, inclusive defendendo teses de doutorado. Na mesma condição muitos outros conseguiram aprovação em postos de nível superior. E na mesma condição outros tantos estão dando continuidade aos seus estudos, inclusive, com treinamentos on-line, outra par de gente precisa acompanhar processos jurídicos ou tratamento médico de algum parente próximo. Tudo isso muito bem amparado pelo padrão da empresa de autoria do GAPRE identificado pelo código PG-OV400004-C. Aliás, virou rotina entre os responsáveis por zelar pelo cumprimento das normas e padrões desrespeitarem a palavra escrita pela Petrobrás, haja vista, o PG-3EA-00540-K que em seu item 6.3.2 Disposições gerais prega na letra d) “A prerrogativa de receber as horas decorrentes da realização do serviço extraordinário em dinheiro ou folga é do empregado.”  Só que, os funcionários que estão com saldo positivo em suas escalas estão sendo obrigados a folgarem para zerarem este saldo de suas escalas. Quanto aos possíveis excessos no uso da Internet cometidos por alguns, há muito o órgão gestor do sistema (TIC) já trata de limitar tecnicamente e amparado pelo código de ética da empresa. A restrição ao uso da Internet nesta unidade atende ordem do GOP/P-38, que por sua vez atende ao GAT, que havia aplicado essa restrição aos seus colaboradores quando esteve à frente da gerência do SMS da UO-Rio.
 Tudo isso vem ressaltar a incoerência de implementações gerencias de restrições em desacordo com padrões da empresa, referidos acima, num momento de negociação da categoria sobre PLR e plena pesquisa de ambiência organizacional. Sem justificativas de ganhos efetivos com tais atitudes e ponderações ao perceber a insatisfação dos trabalhadores e suas necessidades. Ora, a empresa abre suas portas para negociar e delimita em seus padrões direitos/ deveres de acordo com o ambiente de trabalho. E abre canais, para ouvir os empregados e medir como seus diversos benefícios e fatores inerentes ao trabalho estão sendo aplicados e reconhecidos. E o que vemos? Um desalinhamento, ou um discurso diferente da prática? 
Não é demais lembrar que em reuniões periódicas com as nossas gerências são nos oferecidas transparências visuais demonstrando metas e mais metas, verdadeiramente, o nosso prato predileto! Dei-nos as metas e as ferramentas para superarmos todas elas. Por outro lado, não nos tirem o pouco que nos é oferecido, e, que para alguns pode ser irrelevante, no entanto, para outros é uma ferramenta imprescindível de crescimento, até porque, não condiz com a assumida Responsabilidade Social da Petrobrás, rasgar e sapatear em cima dos cacos de normas e padrões produzidos pela própria empresa. Queremos que a internet volte a ter sua disponibilidade normal devido às peculiaridades do ambiente de offshore (confinamento) e que a hora extra, seja negociada de acordo com a prerrogativa do empregado.”